O aumento na incidência de doenças cardiovasculares tem sido associado à modificação do estilo de vida com menor engajamento da população em programas de exercícios físicos, sendo a falta de tempo para se exercitar uma das barreiras percebidas por grande parte da população. A perda da integridade da função endotelial é um marcador prognóstico para doenças cardiovasculares e o exercício físico crônico de característica aeróbia e realizado por método contínuo de treinamento parece ser efetivo para a melhora da função vascular. No entanto, diante dos recentes desafios para o engajamento da população em programas de exercício físico surge a necessidade de se avaliar os efeitos de outros tipos e métodos de treinamento sobre a função vascular. Portanto, o objetivo do presente estudo foi investigar os efeitos do treinamento aeróbio realizado por método contínuo ou método intervalado, com cargas não equiparadas, sobre a reatividade vascular da artéria aorta de ratos Sprague Dawley. Os animais foram divididos em três grupos: sedentário (SDA), treinamento contínuo (TRAC) e treinamento intervalado (TRAI) e tiveram livre acesso à água filtrada e ração padrão durante todo o estudo. Os grupos TRAC e TRAI treinaram em esteira três dias por semana (segunda, quarta e sexta) ao longo de 5 semanas. O grupo TRAC realizou 40 minutos de corrida contínua (40%-60% Vmax) e o grupo TRAI realizou 18 minutos de corrida intervalada, sendo estes divididos em três blocos de seis minutos, onde 2 minutos eram em maior intensidade (50-70% Vmax), seguidos de 4 minutos em menor intensidade (25-35% Vmax). A reatividade vascular da artéria aorta foi avaliada por meio das curvas de concentração-resposta à acetilcolina (ACh) e fenilefrina (PE) para avaliar o relaxamento e a contratilidade respectivamente. Nenhuma alteração foi verificada em quaisquer um dos grupos para a ação da PE. O relaxamento endotélio dependente induzido pela acetilcolina foi 20% maior no grupo TRAI quando comparado ao SDA e a sensibilidade do tecido à acetilcolina estava aumentada em 2 vezes em anéis de aorta provenientes de animais do grupo TRAI (EC50= -7,22 ± 0,08) comparado ao observado em anéis de animais do grupo SDA (EC50= -6,89 ± 0,08). Para o grupo TRAC tanto a resposta máxima quanto a sensibilidade não foram modificadas. Ambos os grupos TRAC e TRAI apresentaram ainda redução de 16% da gordura epididimal em relação ao SDA. Em conclusão, o modelo de treinamento intervalado utilizado foi eficaz e, principalmente, eficiente para promover aprimoramento da resposta endotélio dependente. Os resultados observados trazem um novo paradigma acerca da prescrição de treinamento aeróbio cujo objetivo seja a melhora da função vascular.

The raise in the incidence of cardiovascular diseases has been associated with lifestyle modification with lower engagement of the population in physical exercise programs, being the lack of time to exercise one of the barriers perceived by much of the population. The impairment of endothelial function is a predictive marker for cardiovascular disease, whereas aerobic exercise performed by continuous training method seems to be effective in improving vascular function. However, in view of the recent challenges to engage population in exercise programs, it is necessary to investigate the effects of other training types and methods on vascular function. Thus, the aim of this study was to investigate the effects of both continuous and interval aerobic training, with non-equal loads, on the vascular reactivity of Sprague Dawley rats' aorta. The animals were divided into three groups: sedentary (SDA), continuous training (TRAC) and interval training (TRAI) and had free access to filtered water and standard feed throughout the study. The TRAC and TRAI groups trained on a treadmill three days per week (Monday, Wednesday, and Friday) over five weeks. The TRAC group performed 40 minutes of continuous running (40%-60% Vmax) and the TRAI group performed 18 minutes of interval running, divided into three blocks of six minutes, 2 minutes of which were at higher intensity (50-70% Vmax), followed by 4 minutes at lower intensity (25-35% Vmax). The vascular responsiveness of the aorta artery was assessed using concentration-response curves to acetylcholine (ACh) and phenylephrine (PE) to assess relaxation and contractility respectively. No change was seen for PE responsiveness. The endothelium-dependent relaxation induced by acetylcholine was 20% higher in the TRAI group when compared to the SDA group and tissue sensitivity to acetylcholine was increased 2-fold in aortic rings from animals in the TRAI group (EC50= -7.22 ± 0.08) compared to SDA group (EC50= -6.89 ± 0.08). For TRAC group both the maximal response and sensitivity were not modified. Both TRAC and TRAI groups also showed a 16% reduction in epididymal fat compared to SDA. In conclusion, the interval training model used was efficient and mainly effective in enhancing the endothelium-dependent response. The present results bring a new paradigm about the prescription of aerobic training to improve vascular function.