Introdução: Com a implantação do Sistema Único de Saúde, a proposta de reorganização do modelo assistencial ganhou um novo modelo, não fragmentado e com o conceito ampliado em saúde, buscando a integralidade e análise dos determinantes sociais que interferem no processo saúde doença. Nas práticas assistenciais e dentro das linhas de cuidado na Estratégia de Saúde da Família, o Agente Comunitário de Saúde representa o elo entre a população adscrita e os serviços de saúde. Alguns autores destacam a fragilidade e dificuldade desses profissionais em atuarem de forma multidisciplinar com as Equipes de Saúde da Família em especial com as Equipes de Saúde Bucal, tornando o processo de cuidado limitante e engessado. Paralelo a isso o acesso a tratamento odontológico na Atenção Primária ainda é insuficiente evidenciando a necessidade de estratégias que ampliem o campo de atuação e melhor planejamento das ações em saúde. Objetivo: Este estudo se propôs a conhecer melhor a percepção e a relação entre os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e a Equipe de Saúde Bucal (ESB), e de que forma suas atribuições contribuem para a saúde da população. Metodologia: A pesquisa foi conduzida mediante a aplicação de questionários com perguntas abertas e fechadas permitindo assim tanto a análise qualitativa quanto a análise descritiva dos dados, com ênfase na primeira onde foi aplicada a metodologia proposta por Laurence Bardin (15). Resultados: O estudo foi desenvolvido junto aos ACS e a ESB da UBS Jardim Olinda, localizada na cidade de São Paulo-SP, no bairro do Campo Limpo e indicou que apesar das equipes apresentarem um bom relacionamento e conseguirem discutir casos do território, um aperfeiçoamento no planejamento é necessário no sentido de viabilizar reuniões de equipe, fato que não ocorre atualmente. Observou-se ainda insuficiente conhecimento do território por parte da ESB, escassa informação e Educação em saúde bucal do ACS, assim como a falta de comunicação, o que não contribuem para uma relação mais efetiva e harmoniosa entre esses profissionais. Conclusões: Foi possível desenvolver um guia de boas práticas para nortear o trabalho da equipe de saúde bucal e dos agentes comunitários de saúde, contribuindo para um melhor acesso aos serviços de saúde.

Introduction: With the implementation of the Sistema Único de Saúde SUS (Unified Health System), the proposal to reorganize the care model gained a new format, not at all fragmented and with an expanded concept of health, seeking completeness and analysis of the social determinants that interfere in the health-disease process. In care practices and within the care lines in the Family Health Strategy, the Community Health Workers represents the link between the registered population and the health services. Some authors highlight the fragility and difficulty of these professionals in working in a multidisciplinary way with the Family Health Teams, especially with the Oral Health Teams, making the care process limiting and immobilized. At the same time, access to dental treatment in Primary Care is still far from enough, bringing more into evidence the need for strategies to focus on broader actions and promote better health actions planning. Objective: This study aimed to better understand the perception and relationship between Community Health Agents (ACS) and the Oral Health Team (ESB), and how their work attributions contribute to the health of the population. Methodology: The research was conducted through the application of questionnaires with open and closed questions, thus allowing both the qualitative analysis and the descriptive analysis of the data, with emphasis on the first one where the methodology proposed by Laurence Bardin (15) was applied. Results: The study was done in partnership with the ACS and the ESB of UBS Jardim Olinda, located in the city of São Paulo-SP, in the Campo Limpo neighborhood, and indicated that despite the good relationship and being able to discuss cases in the territory, an improvement in planning it is necessary in order to facilitate team meetings, something that does not currently occur. It was also highlighted that the lack of knowledge of the territory by the ESB, scarce information and education in oral health of the ACS, as well as the lack of communication, which do not contribute to a more effective and harmonious relationship between these professionals. Conclusions: It was possible to develop a best practices guide to coordinate the work of the oral health team and community health agents, contributing to easiest and better access to health services.