A Agenda 2030 da ONU e seus 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) incluem o ODS 4, referente à Educação, que ratifica a importância da educação ambiental por meio de sua meta 4.7. Partindo dessa premissa, e buscando uma ação inovadora, em 2018, o município de São Paulo inseriu referências aos ODS no currículo escolar do ensino fundamental (chamado Currículo da Cidade). Considerando que os ODS têm sinergias significativas com as políticas de Educação Ambiental no Brasil e em São Paulo, o presente trabalho buscou analisar se essa iniciativa pode contribuir para a implementação dessas Políticas de Educação Ambiental, sob a forma de instrumentos de políticas públicas. Para tal, foram realizadas pesquisas bibliográficas sobre as teorias de currículo - principalmente Sacristan (2000) e Pacheco (2005 e 2017) e teorias de instrumentos de políticas públicas - principalmente Lascoumes e Le Galès (2012) e Salamon (2011). Além disso, também foi feita uma leitura do Currículo da Cidade (buscando entender de que maneira os ODS foram nele incluídos) e foram entrevistados 19 educadores da rede municipal de São Paulo. As análises indicaram que a inserção dos ODS no currículo pode ser considerada como um instrumento inovador de políticas públicas de Educação Ambiental. Do ponto de vista das teorias de currículo, observouse que o Currículo da Cidade tem caráter orientador e abrangente, garantindo a autonomia dos professores em sala de aula quanto à sua implementação, além da adaptação ao contexto em que cada escola da rede está inserida. As entrevistas mostraram que as práticas de Educação Ambiental já ocorrem e são conhecidas por alunos e professores e que os ODS no currículo podem fortalecê-las, tendo em vista que atualmente tais práticas estão geralmente atreladas a pessoas (professores particularmente engajados) e não a processos consolidados no ambiente escolar. Assim, o trabalho traz como principal conclusão que os ODS podem contribuir para a implementação das políticas públicas de Educação Ambiental e que o ponto de maior relevância nesse aspecto, sem dúvida, é a força dos profissionais de educação na viabilização da educação ambiental na prática.

The UN Agenda 2030 and its 17 Sustainable Development Goals (SDGs) include SDG 4, related to Education, which ratifies the importance of environmental education through its goal 4.7. Based on this premise, and seeking an innovative action, in 2018, the municipality of São Paulo inserted references to the SDGs in the elementary school curriculum (called Currículo da Cidade). Considering that the SDGs have significant synergies with Environmental Education policies in Brazil and in São Paulo, the present work sought to analyze whether this initiative can contribute to the implementation of these Environmental Education Policies. To this end, bibliographic research was conducted in regarding Curriculum Theories - mainly Sacristan (2000) and Pacheco (2005 and 2017) and Theories of Public Policy Instruments - mainly Lascoumes and Le Galès (2012) and Salamon (2011). In addition, the Currículo da Cidade was also read (seeking to understand how the SDGs were included in it) and 19 educators from the São Paulo municipal network were interviewed. The analyses indicated that the insertion of the SDGs in the curriculum can be considered as an innovative instrument of Environmental Education policies. From the point of view of curriculum theories, it was observed that the Currículo da Cidade has a guiding and comprehensive character, ensuring the autonomy of teachers in the classroom, besides the adaptation to the context in which each school in the network is inserted. The interviews showed that Environmental Education practices already occur and are known by students and teachers, and that the SDGs in the curriculum can strengthen them, considering that currently such practices are usually linked to people (particularly engaged teachers) and not to consolidated processes in the school environment. Thus, the work brings as main conclusion that the SDGs can contribute to the implementation of public policies for Environmental Education and that the most relevant point in this regard, undoubtedly, is the strength of education professionals in enabling environmental education in practice.