Na presente pesquisa procuramos compreender se as características colaborativas do BIM permitiriam a ampliação da equipe técnica para incluir atores não técnicos no processo produtivo de uma obra pública, tendo em vista as etapas de planejamento, construção, uso e descarte das edificações. A principal hipótese da pesquisa é de que o BIM pode ser um veículo de reestruturação do modelo vigente de controle do fluxo informacional durante o processo produtivo de obras públicas, tendo em vista o seu foco no gerenciamento e compartilhamento da informação de maneira centralizada e independente dos atores envolvidos. O acesso mais amplo à informação por todos os diferentes atores envolvidos neste processo, e o envolvimento destes atores nos momentos de tomada de decisão e controle sobre os atos da administração pública pode permitir que novas informações anteriormente não incorporadas durante o processo produtivo possam ser consideradas. Uma segunda hipótese é de que uma plataforma digital online especialmente desenhada pode viabilizar a participação preconizada na hipótese principal. Para verificação destas hipóteses realizamos uma revisão da literatura existente, que nos auxiliou na aproximação com parceiros internos e externos à administração pública e na formatação de experimentos práticos com estes parceiros, em uma pesquisa-intervenção. A realização destes experimentos exigiu a construção de uma plataforma online participativa baseada em BIM, sendo esta construção também considerada um procedimento metodológico relevante. Após dois ciclos de experimentos, e após a avaliação dos resultados quantitativa e qualitativamente, concluímos que as hipóteses iniciais são plausíveis, e que a ampliação da equipe atuante durante todo o ciclo de vida de uma obra pública, por meio de plataformas online baseadas em BIM, pode incorporar novas informações em seu processo produtivo e permitir que novas soluções e novos arranjos possam ser alcançados, ampliando a participação comunitária e o controle social dos atos do Poder Público.

In this research we sought to understand if the collaborative characteristics of BIM would allow the expansion of the technical team to include non-technical actors in the productive process of a public facility, through the planning, construction, use and disposal of buildings. The main hypothesis of the research is that BIM can be a vehicle for restructuring the current model of information control during the production process of public facilities, thanks to its focus on the management and sharing of information in a centralized and independent way. Wider access to information by all the different actors involved in this process, and the involvement of these actors in the decision-making moments and control over the acts of the public administration can allow new information not previously incorporated during the production process to be considered. A second hypothesis is that a specially designed online digital platform can enable the participation advocated in the main hypothesis. To verify these hypotheses, we carried out a review of the existing literature, which helped us to approach partners internal and external to the public administration, and in the formatting of practical experiments with these partners, in a research-intervention. The realization of these experiments required the construction of a participatory online platform based on BIM, and this construction was also considered a relevant methodological procedure. After two cycles of experiments, and after evaluating the results quantitatively and qualitatively, we concluded that the initial hypotheses are plausible and that the expansion of the team working throughout the life cycle of a public facility, through online platforms based on BIM, can introduce new information into its production process and allow new solutions and arrangements to be achieved, expanding the communitys participation and social control in the actions of the Public Power.