Coletivos artísticos que consideram os espaços públicos urbanos em seus repertórios de atuação vêm ganhando proeminência ao longo dos últimos anos. Em Aracaju, esse processo acontece majoritariamente por meio de intervenções de caráter lúdico e festivo que revelam controvérsias e associações entre atores vigentes no urbano. Tendo em vista o descortinar desses processos, esta pesquisa considera os coletivos artísticos e os espaços públicos enquanto termos de uma relação mútua. O objetivo geral consiste, assim, em investigar a associação entre coletivos artísticos e espaços públicos na cidade de Aracaju, compondo uma cartografia que abarque seus diversos atores e relações a partir da metodologia da teoria ator-rede. Com isso, desvela-se uma rede que acompanha as práticas artísticas de vinte e dois coletivos locais junto a uma polifonia formada por outros atores humanos e não-humanos. Ao passo em que cada coletivo apresenta suas particularidades, foi possível também cartografar as reincidências compartilhadas pelas experiências conjuntas. O alcance das forças policiais, as divergências na relação com a comunidade, as limitações impostas por aparatos estatais e pela infraestrutura urbana, o papel do poder público e o sentido de atuação no espaço público figuram como elementos centrais no curso dessas ações. O espaço público, nesse sentido, é colocado no cerne de uma disputa que se dá na dimensão do sensível.

Artistic collectives that consider urban public spaces in their action repertoires have been gaining prominence over the past few years. In Aracaju, this process takes place mainly through playful and festive interventions that reveal existing controversies and associations between actors in the urban context. In view of the unveiling of these processes, this research considers artistic collectives and public spaces as terms of a mutual relationship. The general objective is, therefore, to investigate the association between artistic collectives and public spaces in the city of Aracaju, composing a cartography that encompasses its various actors and relationships based on the methodology of actornetwork theory. With this, a network is unveiled that follows the artistic practices of twenty-two local collectives together with a polyphony formed by other human and non-human actors. While each collective presents its particularities, it was also possible to map the recurrences shared by the joint experiences. The reach of the police forces, the divergences in the relationship with the community, the limitations imposed by state apparatus and urban infrastructure, the role of the public power and the sense of action in the public space are central elements in the course of these actions. The public space, in this sense, is placed at the heart of a dispute that takes place in the dimension of the sensitive.