This work seeks to understand the relationship between diplomacy and academia in the constitution of the discipline of International Relations in Brazil. Based on discourse analysis and intertextuality, this thesis investigates the founding myth of IR in Brazil and how it impacts the production of knowledge in the area. This myth places diplomats in a privileged position as knowledge producers in IR. Consequently, organizational myths about the Brazilian Foreign Ministry, commonly referred to as Itamaraty, are assimilated by academics, creating analytical blind spots. Thus, more than a way of operating in the international system, Brazilian diplomacy becomes a creator of myths that expand Itamaratys influence capacity.

Este trabalho procura entender a relação entre diplomacia e academia na constituição da disciplina de Relações Internacionais no Brasil. Fundamentando-se em análise de discurso e intertextualidade, a tese investiga qual é o mito fundador das RI no Brasil e como ele impacta a produção de conhecimento na área. Argumenta-se aqui que esse mito coloca os diplomatas em posição privilegiada como produtores de conhecimento nas RI. Consequentemente, mitos organizacionais sobre o Ministério das Relações Exteriores Brasileiro, o Itamaraty, são assimilados pela academia, criando pontos cegos analíticos. Assim, mais do que uma forma de operar no sistema internacional, a diplomacia brasileira converte-se em uma criadora de mitos que ampliam a capacidade de influência do Itamaraty.