Os sistemas de transporte movimentam mercadorias e facilitam acesso ao emprego, contribuem para a melhoria da qualidade de vida da sociedade em geral, contudo, o trânsito de veículos em alta velocidade provoca acidentes com perdas materiais, lesões, mortes e impactos na poluição atmosférica. Para a determinação da velocidade regulamentar da via, existe um trade off entre meio ambiente, critérios de segurança e político, visto que, os dois últimos foram fatores determinantes nas alterações das velocidades das marginais Pinheiros e Tietê. Em meados de 2015 foi criado o Programa de Proteção a Vida, reduzindo a velocidade em várias vias da capital paulista, incluindo as marginais, com objetivo de diminuir acidentes de trânsito. Em janeiro de 2017, a medida foi revogada e as velocidades aumentadas. Diante desse cenário, foi realizado um estudo para verificar se a concentração dos principais poluentes relacionados ao tráfego de veículos (NOx, CO, MP10, MP2,5 e SO2) sofreu alterações no período de mudança da velocidade, bem como a dinâmica do trânsito. Para isso foram analisados a concentração dos poluentes, a velocidade, o fluxo e a densidade dos veículos, no período entre 2015 e 2018. Ainda, compreendendo a Década de Ações Seguras no Trânsito proposta pela OMS (2010-2020), foram estudados os acidentes de trânsito. Os resultados mostraram que, com a redução de velocidade, também ocorreu a diminuição na concentração de todos os poluentes; na análise da dinâmica de trânsito foi observado que com velocidade maior ocorreu maior saturação da via, isso significa mais episódios de congestionamento, situação na qual há maior consumo de combustíveis e mais emissões de poluentes. Em relação aos acidentes, para feridos, houve queda gradativa no período entre 2015 e 2017, porém, não se observa esse mesmo comportamento para acidentes fatais, principalmente após o ano de 2017. Pode-se concluir ainda, que devido à falta de uma política homogênea de transporte e caso não houvesse o aumento de velocidade nas marginais, muitas vidas poderiam ter sido poupadas, principalmente nas marginais Pinheiros e Tietê

Transport systems move goods and facilitate access to employment, contribute to improving the quality of life of society in general, however, high-speed vehicle traffic causes accidents with material losses, injuries, deaths and impacts on atmospheric pollution. In order to determine the regulatory speed of the road, there is a trade off between the environment, safety and political criteria, since the last two were determining factors in the changes in the speeds of the Pinheiros and Tietê marginals. In mid-2015, the Life Protection Program was created, reducing speed on several roads in the capital of São Paulo, including the marginal ones, in order to reduce traffic accidents. In January 2017, the measure was revoked, and speeds increased. In view of this scenario, a study was carried out to verify whether the concentration of the main pollutants related to vehicle traffic (NOx, CO, PM10, PM2.5 and SO2) changed during the period of speed change, as well as the dynamics of traffic. For this, the concentration of pollutants, speed, flow and density of vehicles were analyzed, in the period between 2015 and 2018. Traffic accidents were studied, comprising the Decade of Safe Traffic Actions proposed by the WHO (2010-2020). The results showed that, with the speed reduction, there was also a decrease in the concentration of all pollutants; it was observed that with higher speed, there was greater saturation of the road, which means more episodes of congestion, a situation in which there is greater consumption of fuel and more emissions of pollutants. Regarding accidents there was a gradual decrease for the injured in the period between 2015 and 2017, however, this same behavior was not observed for fatal accidents, especially after the year 2017. It can also be concluded that due to the lack of a homogeneous transport policy and if there was no increase in speed on the marginals, many lives could have been spared, especially on the Pinheiros and Tietê marginals