O processo de tingimento é um dos principais responsáveis pelos problemas ambientais causados pelas indústrias têxteis. Os corantes naturais, além de não tóxicos, podem acrescentar valor a um produto, devido às propriedades bioativas existentes nos extratos de certas matérias primas, como as cascas residuais da romã (Punica granatum L.). O objetivo deste trabalho foi estudar as propriedades de tingimento, de ação antibacteriana e fotoprotetora do extrato das cascas de romã aplicado em tecido plano de algodão. A extração foi realizada por decocção e o extrato foi liofilizado e caracterizado por microscopia eletrônica de varredura (MEV), termogravimetria (TG), calorimetria exploratória diferencial (DSC), espectroscopia de reflexão total atenuada no infravermelho com transformada de Fourier (ATR-FTIR), espectroscopia no ultravioleta visível (UV-Vis), por cromatografia em camada delgada comparativa (CCDC), por cromatografia líquida de alta eficiência com detector UV (CLAE-UV), pH e análise colorimétrica. Os tingimentos foram realizados à temperatura de 98oC por 60 min, com extratos nos pH sem ajuste (4,06), 3, 7 e 11 e com e sem adição dos mordentes KAl(SO4)2.12H2O, FeSO4.7H2O e ZnO. Os tecidos tingidos foram mensurados por análises colorimétricas e avaliados quanto a solidez da cor à lavagem, à luz, à fricção e ao suor ácido e alcalino. As amostras que apresentaram melhores valores de solidez foram selecionadas e caracterizadas por MEV e FTIR e foram avaliadas quanto ao desempenho à lavagem com 0, 5, 10, 15 e 20 ciclos, fator de proteção UV (FPU) e ação antibacteriana frente às bactérias gram-positivas Klebsiella pneumoniae e Staphylococcus aureus, e à bactéria gram-negativa Acinetobacter baumannii. Os resultados obtidos no ensaio de CLAE-UV indicaram que o extrato possui ácido elágico em sua composição. Nos ensaios colorimétricos e de solidez da cor, obtiveram-se, majoritariamente, cores amareladas com notas de solidez 4, 4-5 e 5. O ensaio de FPU apontou que a maioria das amostras possuía categorização Boa. As amostras tingidas com acréscimo de ZnO e FeSO4.7H2O mantiveram a funcionalidade após cinco ciclos de lavagem, com duração até o décimo. Nas condições testadas, os ensaios de atividade biológica não apresentaram nenhum halo de inibição

The dyeing process is one of the main responsibles for the environmental problems caused by the textile industry. Natural dyes, apart from not being toxic, may add value to a product, due to the bioactive properties contained in the extracts of certain feedstock, such as the residual pomegranate (Punica granatum L.) peel. The objective of this work was to study the dyeing, antibacterial and photoprotective properties of the pomegranate peel extract applied on plain cotton fabric. The extraction was made via decoction and the extract was freeze-dried and characterized by scanning electron microscope (SEM), thermogravimetric analysis (TG), differential scanning calorimeter (DSC), attenuated total reflectance Fourier-transform infrared spectroscopy (ATR-FTIR), ultraviolet-visible spectroscopy (UV-Vis), comparative thin layer chromatography (CTLC), high-performance liquid chromatography with UV detector (HPLC-UV), pH and colorimetric analysis. The dyeings were performed at the temperature of 98oC for 60min, with extracts at pH without any adjustment (4.06), 3, 7, 11, and with and without the addition of the mordants KAl(SO4)2, FeSO4 and ZnO. The dyed fabrics were measured by colorimetric analyses and evaluated according to the color fastness to washing, to light, to friction and to acid and alkaline perspiration. The samples that showed the best color fastness values were selected and characterized via SEM and FTIR and were evaluated according to the performance to washing with 0, 5, 10, 15 and 20 cycles, UV protection factor (UPF) and antibacterial action over the gram-positive bacteria Klebsiella pneumoniae and Staphylococcus aureus, and the gram-negative bacterium Acinetobacter baumannii. The results obtained on the HPLC-UV indicated that the extract contains ellagic acid in its composition. On the colorimetric and color fastness tests, yellowish colors with 4, 4-5 and 5 color fastness grades were obtained. The UPF test pointed that the majority of the samples were in the good category. The samples dyed with the addition of ZnO and FeSO4 maintained functionality after five washing cycles, during up to the tenth. On the tested conditions, the biological activity did not present any inhibition halo