A hipertensão pulmonar arterial (HPA) é uma condição clínica que ganhou importância nos últimos anos na medicina veterinária de pequenos animais, devido à não especificidade das manifestações clínicas, tornou-se um grande desafio para o clínico veterinário no diagnóstico. A HPA é uma condição multifatorial e insidiosa que pode ser grave e até fatal. O prognóstico é extremamente variável e depende do grau de hipertensão. Atualmente na terapêutica da doença utilizam-se inibidores da fosfodiesterase 5, como o sildenafil e tadafil, com resultados variáveis, e em alguns casos podem ser considerados os antagonistas dos receptores da endotelina e os análogos da prostaciclina, porém são alternativas terapêuticas de alto custo e ainda com poucos estudos que demostrem a eficácia na espécie. Devido a isso, novas opções terapêuticas se fazem necessárias, sendo o aminoácido L- arginina um potencial agente a ser empregado no tratamento da HPA, uma vez que é utilizado na síntese do oxido nítrico, um potente vasodilatador e inibidor da ativação de plaquetas que poderia resultar na redução da pressão arterial pulmonar. Sendo assim, o estudo teve por objetivo avaliar o efeito da suplementação oral de L-arginina no controle de parâmetros clínicos, ecocardiográficos e na produção de oxido nítrico (ON) e sulfeto de hidrogênio (H₂S), qualidade de vida de cães diagnosticados com hipertensão pulmonar pré-capilar. Para isso foram utilizados 16 animais com diagnostico de HPA pré-capilar em um ensaio clínico duplo-cego randomizado, subdivididos em dois grupos (placebo e arginina). Os animais foram selecionados a partir da rotina de atendimento do serviço de Cardiologia Veterinária do Hospital Veterinário da FMVZ- USP sob aprovação da Comissão de Ética e Uso de Animais (CEUA nº7885220817). Foram utilizados como critérios de inclusão cães adultos com hipertensão pulmonar de tipo pré-capilar com gradiente de pressão pulmonar estimada pela ecocardiografia superior a 35 mmHg, não sendo incluídos animais com doenças sistêmicas, como doença renal, hepática, diabetes, entre outras, arritmias que acometessem o débito cardíaco, insuficiência cardíaca congestiva e diagnosticados para dirofilariose e erliquiose. Todos os cães elegíveis para o estudos foram submetidos à randomização e padronização de dieta por 30 dias, após este período, foram suplementados com L- arginina em 100 mg/kg a cada 8 horas ou placebo por 30 dias. As avaliações foram realizadas nos dias 0, 7 e 30 de acompanhamento e consistiram em coleta de amostras de sangue para determinação do ON e H₂S, exame clínico completo, aferição de pressão arterial pulmonar por meio da ecocardiografia com doppler e foram obtidos os gradientes de pressão pulmonar além da ecocardiografia convencional nos modos bidimensional para estimar a probabilidade de HPA, aferição da pressão arterial sistêmica aplicação de questionário de qualidade de vida. Foi incluído também um grupo controle com 10 animais sadios que foram tratados com L- arginina e avaliados as dosagens séricas de ON e H₂S a fim de ter valores séricos em animais com alguma doença preexistente. Quando houver diferenças significativas detectadas pelo teste F da ANOVA, comparações serão conduzidas pelo Teste de Shapiro- Wilk. Para todos os testes será considerado um nível de significância de 5%.

Pulmonary arterial hypertension (PAH) is a clinical condition that has gained importance in recent years in small animal veterinary medicine, due to the non- specificity of clinical manifestations, it has become a major challenge for the veterinarian in diagnosis. PAH is a multifactorial and insidious condition that can be serious and even fatal. The prognosis is extremely variable and depends on the degree of hypertension. Currently, phosphodiesterase 5 inhibitors, such as sildenafil and tadafil, are used in the disease treatment, with variable results, and in some cases, they can be considered endothelin receptor antagonists and prostacyclin analogues, but they are high-cost therapeutic alternatives and still with few studies that demonstrate the effectiveness in the species. Because of this, new therapeutic options are needed, the amino acid L-arginine being a potential agent to be used in the treatment of PAH, since it is used in the synthesis of nitric oxide, a potent vasodilator and inhibitor of platelet activation that could result in a reduction in pulmonary arterial pressure. Thus, the study aimed to evaluate the effect of oral L-arginine supplementation in the control of clinical and echocardiographic parameters and in the production of nitric oxide (NO) and hydrogen sulfide (H2S), quality of life in dogs diagnosed with hypertension precapillary lung. For this, 16 animals diagnosed with precapillary PAH were used in a randomized double-blind clinical trial, subdivided into two groups (placebo and arginine). The animals were selected from the care routine of the Veterinary Cardiology service of the Veterinary Hospital of FMVZ-USP under approval by the Committee on Ethics and Use of Animals (CEUA n º 7885220817). As inclusion criteria, adult dogs with precapillary pulmonary hypertension with pulmonary pressure gradient estimated by echocardiography greater than 35 mmHg were used, not including animals with systemic diseases such as kidney, liver, diabetes, among others, arrhythmias that affected cardiac output, congestive heart failure and diagnosed with heartworm and ehrlichiosis. All dogs eligible for the study underwent randomization and diet standardization for 30 days, after which they were supplemented with L-arginine at 100 mg/kg every 8 hours or placebo for 30 days. The evaluations were carried out on days 0, 7 and 30 of follow-up and consisted of collecting blood samples to determine NO and H2S, complete clinical examination, measurement of pulmonary arterial pressure using Doppler echocardiography, and pressure gradients were obtained in addition to conventional echocardiography in two- dimensional modes to estimate the probability of PAH, measurement of systemic blood pressure, application of a quality-of-life questionnaire. A control group was also included with 10 healthy animals that were treated with L-arginine and evaluated the serum levels of ON and H2S to have serum values in animals with some preexisting disease. When there are significant differences detected by the ANOVA F test, comparisons will be conducted by the Shapiro- Wilk. For all tests, a significance level of 5% will be considered.