A obesidade dos coelhos criados como animais de estimação é preocupante devido ao aumento da prevalência e as consequências clínicas que lhe são atribuídas. A convivência mais próxima entre estes animais e seus responsáveis, associada a oferta de alimentos e petiscos em maior quantidade, junto ao baixo gasto energético pela restrição de movimento observada em coelhos pets, tem favorecido o desenvolvimento da obesidade na espécie. O objetivo do presente estudo foi analisar a influência da obesidade nos perfis lipêmico e glicêmico, pressão arterial sistêmica (PAS) , assim como a correlação do excesso de peso com presença da pododermatite em coelhos de estimação. Para tal, foi realizado estudo prospectivo inteiramente casualizado, no qual foram selecionados 24 coelhos de estimação com idade média de 3,75 ± 2,42 anos que compuseram dois grupos de acordo com o escore de condição corporal (ECC), sendo estes: Grupo controle (GC, n=15) composto por animais classificados como ECC ideal (ECC 3 em escala de 5 pontos); Grupo sobrepeso e obeso (GSO, n =9) formado por animais com ECC acima do ideal (ECC >3 em escala de 5 pontos). Foi coletada amostra de sangue dos coelhos em jejum de 10 horas para avaliação da glicemia, frutosaminemia, insulinemia, trigliceridemia e colesterolemia, também foram determinadas a PAS, escore de pododermatite e modelo de avaliação homeostática para resistência insulínica (HOMA) . Na análise estatística foi realizado o teste de Shapiro Wilk para avaliação da normalidade dos dados, teste de Levene para homogeneidade das variâncias e comparações de dados paramétricos realizadas pelo teste T e de dados não paramétricos pelo teste de Mann- Whitney, com significância quando p<0,05. Não houve diferença entre os grupos para a trigliceridemia (p=0,181), colesterolemia (p=0,599), glicemia (p=0,861), frutosaminemia (p=0,621), PAS (p=0,411) e presença de pododermatite (p=1). No entanto, a insulinemia (p=0,041) e o HOMA (p=0,003) foram maiores em GSO que em GC. Conclui-se que o excesso de peso em coelhos pets é um fator que contribuiu para a hiperinsulinemia nas condições avaliadas.

Obesity in rabbits raised as pets is a matter of concern due to its increasing prevalence and the clinical consequences attributed to it. The closer coexistence between these animals and their guardians, associated with the supply of food and snacks in greater quantity, together with the low energy expenditure due to the restriction of movement observed in pet rabbits, has favored the development of obesity in the species. The objective of the present study was to analyze the influence of obesity on the lipemic and glycemic profiles, systemic arterial pressure (SBP), as well as the correlation between overweight and the presence of pododermatitis in pet rabbits. To this end, a prospective, completely randomized study was carried out, in which 24 pet rabbits with a mean age of 3.75 ± 2.42 years were selected, comprising two groups according to the body condition score (BCS), namely: Group control (GC, n=15) composed of animals classified as ideal ECC (ECC 3 on a 5-point scale); Overweight and obese group (GSO, n =9) formed by animals with BCS above ideal (BCS >3 on a 5-point scale). Blood samples were collected from rabbits after a 10-hour fasting period to assess glycemia, fructosaminemia, insulinemia, triglyceridemia and cholesterolemia. SBP, pododermatitis score and homeostatic evaluation model for insulin resistance (HOMA) were also determined. In the statistical analysis, the Shapiro Wilk test was performed to assess the normality of the data, Levene’s test for homogeneity of variances and comparisons of parametric data performed by the T test and non- parametric data by the Mann-Whitney test, with significance when p< 0.05. There was no difference between groups for triglyceridemia (p=0.181), cholesterolemia (p=0.599), glycemia (p=0.861), fructosaminemia (p=0.621), SBP (p=0.411) and presence of pododermatitis (p=1). However, insulinemia (p=0.041) and HOMA (p=0.003) were higher in GSO than in GC. It is concluded that excess weight in pet rabbits is a factor that contributed to hyperinsulinemia in the evaluated conditions.