Tesis Doctoral
DOI
https://doi.org/10.11606/T.10.2019.tde-03072019-082955
Documento
Autor
Nombre completo
Carlos Roberto Abrahão
Dirección Electrónica
Instituto/Escuela/Facultad
Área de Conocimiento
Fecha de Defensa
Publicación
São Paulo, 2019
Director
Tribunal
Dias, Ricardo Augusto (Presidente)
Heinemann, Marcos Bryan
Rocha, Carlos Frederico Duarte da
Sampaio, Alexandre Bonesso
Silva, Jean Carlos Ramos da
Título en portugués
Estratégias para o manejo do teiú (Salvator merianae Duméril & Bibron, 1839), um lagarto invasor no arquipélago de Fernando de Noronha, PE, Brasil
Palabras clave en portugués
Conservação
Espécie invasora
Ilha
Répteis
Saúde única
Resumen en portugués
Fernando de Noronha é um arquipélago oceânico localizado a 345 km da costa brasileira, habitado desde o século XVII. Sua economia é baseada no turismo, que tem apresentado rápido crescimento nas últimas décadas. Este ecossistema único é reconhecido como Patrimônio Mundial pela Unesco e é um sÃtio Ramsar. Toda sua extensão terrestre e grande parte da área marinha ao seu redor é protegida por duas unidades de conservação federais, sob tutela do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Existem pelo menos 15 espécies de plantas e animais nativos oficialmente ameaçadas de extinção, algumas destas endêmicas do arquipélago. Dentre as 22 espécies de animais e plantas invasoras conhecidas em Fernando de Noronha, o teiú (Salvator merianae) constitui um grande risco à fauna nativa por ser um predador oportunista de grande porte. O potencial impacto do teiú é reconhecido e seu manejo é previsto pelas unidades de conservação do arquipélago. O teiú se encontra presente em altas densidades na ilha principal tendo sido também registrados indÃcios de sua presença ao menos na Ilha Rata. A densidade de teiús encontrada em Fernando de Noronha foi de 13,8±3,9 animais por hectare em uma área não habitada e com vegetação relativamente preservada e de 4,0±1,1 animais por hectare numa área pouco habitada. O número estimado de indivÃduos atualmente vivendo na ilha principal variou entre 6.906 a 12.270 indivÃduos adultos. A área de vida estimada foi de 10,5 (7,3- 15,3) ha para ambos os sexos. A probabilidade de captura foi de 0,24±0,06 animais/armadilha/dia na área, com 4 animais/ha, sendo influenciada pelo tamanho dos indivÃduos. O teiú também constitui um potencial risco à saúde pública do arquipélago, por serem portadores da bactéria Salmonella entérica, isoladas em 56,9% dos animais capturados e em 70,5% dos pontos amostrados. Ao menos 15 sorotipos foram determinados por métodos moleculares para esta população. Para propor formas de manejar esta espécie em Fernando de Noronha, foram criados modelos de viabilidade populacional com diferentes cenários de manejo por 10 anos. Nos cenários sem manejo, a população de teiús não se extingue ao longo de 30 anos. O aumento das probabilidades de extinção é proporcional ao aumento da intensidade de manejo, tanto nos cenários que consideram a população de toda a ilha principal (A) quanto nos cenários que consideram parte desta população numa área de 214 ha (B). A remoção anual de 20% dos indivÃduos adultos seria suficiente para gerar cenários de extinção da população. Com a remoção anual de 50% dos indivÃduos adultos, a probabilidade de extinção seria de 54% e a média do tempo para a extinção estaria entre 5,2 e 5,4 anos de manejo, demonstrando que o controle desta espécie é possÃvel em Fernando de Noronha, se os métodos de captura e esforço forem 16 adequados. O manejo em uma pequena área (C) de 2,14 ha poderia ser feito em apenas 13 dias utilizando-se 10 armadilhas. Na área B (que inclui a área C), o manejo de maior intensidade poderia ser realizado em 44 dias por ano, durante quatro anos, utilizando 258 armadilhas. As recomendações incluem o aumento gradativo da área manejada, o uso de manejo adaptativo, o envolvimento da sociedade e o sinergismo com outros esforços de manejo de espécies invasoras na área ambiental e de saúde pública. Este estudo fornece a base cientÃfica para um programa de manejo com objetivo de conservar a biodiversidade e de melhorar a saúde pública em Fernando de Noronha.
Título en inglés
Strategies for the management of the tegu (Salvator merianae Duméril & Bibron, 1839), an invasive lizard in the archipelago of Fernando de Noronha, PE, Brazil
Palabras clave en inglés
Conservation
Invasive specie
Island
One health
Reptiles
Resumen en inglés
Fernando de Noronha is an oceanic archipelago placed 345 km off the Brazilian coast and inhabited since the 17th century. Its tourism-based economy is increasingly growing in the last decades. This unique ecosystem is recognized by Unesco as a World Heritage site and is also a Ramsar site. The whole terrestrial extension and a large marine area around the archipelago are protected by two federal protected areas, supervised by the Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade. There are at least 15 species of native plants and animals officially endangered, some of them endemic to the archipelago. Among the 22 invasive species of plants and animals known to Fernando de Noronha, the tegu lizard (Salvator merianae) constitutes a great risk to native fauna as a large opportunistic predator. The potential impact of the tegu is recognized, and its management is predicted to the protected areas of the archipelago. This species achieves high densities on the main island and there is evidence of its presence at least on Rata Island. Densities found for FN were 13.8 ± 3.9 animals per hectare in an uninhabited area of preserved vegetation and 4.0 ± 1.1 animals per hectare in a sparsely populated area. Total numbers of animals for the main island ranges from 6,906 to 12,270 adults. The home range is 10.54 (7.3-15.3) hectares for both sexes. Capture probability is 0.24 ± 0.06 animals/trap/day in the area with 4.0 animals/ha, being influenced by the size of the individuals. The tegu also represents a potential public health risk for the archipelago, as carriers of the bacteria Salmonella enterica, isolated from 56.9% of the captured animals and found in 70.5% of the sampled spots. At least 15 serotypes were determined by molecular methods for this population. In order to propose management options for this species in FN, models of population viability were created with different scenarios of management over 10 years. In control scenarios, populations persist for over 30 years. Extinction probabilities increases with management intensity either in the scenarios considering the entire main island population (A) or part of the population from an area of 214 ha (B). Removal of 20% of adults yearly should be enough to generate extinction scenarios. The yearly removal of 50% of adults leads to a probability of extinction should be of 54% in an extinction mean time of 5.2 to 5.4 years of management. This demonstrates the possibility of control of the species in Fernando de Noronha if effort and methods are appropriate. Management in a smaller area (C) of 2.14 ha could be done in only 13 days using 10 traps. The highest intensity management to the area B (including area C), could be done in 44 days per year, for 4 years, using 258 traps. The recommendations include gradual increment of the managed area, the use of adaptive 18 management strategies, community involvement and synergism with other environmental and public health efforts on invasive species. This work provides scientific basis for a management program to conserve biodiversity and improve public health in Fernando de Noronha.
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Fecha de Publicación
2019-07-24