Cabras leiteiras das raças Saanen e Toggenburg (n=10) mantidas num rebanho particular no Estado de São Paulo tiveram seus níveis séricos de progesterona e estradiol comparados às concentrações fecais, durante o período correspondente a três ciclos estrais. O perfil hormonal foi confrontado com as manifestações comportamentais de estro visando uma contribuição ao conhecimento do ciclo das cabras destas raças em condições brasileiras, que leve a um manejo reprodutivo mais eficiente. As correlações entre níveis séricos e fecais foram calculadas, sugerindo a validade do modelo de dosagem hormonal nas fezes em cervídeos. Foi verificada correlação extremamente significante entre as concentrações séricas de progesterona e as de progestinas fecais, com r=0,83 e p<0,0001. Entre as concentrações séricas de estradiol e as de seus metabólitos nas fezes não foi verificada correlação significante, com r=-0,16 e p<0,3916. A partir da observação dos resultados e sua análise estatística, pode-se concluir que, dentro das condições deste trabalho, as concentrações de progestinas fecais apresentam variação correspondente à da progesterona sérica ao longo do ciclo estral das cabras; por outro lado, diferentemente das observações de outros autores, o mesmo não ocorre com os metabólitos fecais do estradiol em relação ao estradiol sérico.

Saanen e Toggenburg dairy goats (n=10) kept in a private flock in São Paulo State had their serum levels of progesterone and estradiol compared to faecal concentrations of the respective metabolites, through an interval corresponding to 3 estrous cycles. Hormonal profile was checked with behavioural manifestations of estrous searching for a better knowledge of the cycle of these breeds in brazilian environment, leading to a more efficient reproductive management. Correlations between serum and faecal levels were calculated, suggesting that the model of faecal hormone measurements could be valuable in cervidae. It was found an extremely significant correlation between progesterone serum concentration and progestin faecal concentration, with r=0,83 and p<0,0001. Between estradiol serum concentrations and its faecal metabolites? concentrations no significant correlation was found, with r=-0,16 and p<0,3916. Based on results observation and statistical analysis, we can assume that, in the circumstances of this trial, progestin faecal concentrations show a variation profile similar to that one of serum progesterone, through estrous cycle of goats; however, this fact could not be observed for estradiol metabolites, compared to serum estradiol concentrations.