O presente trabalho tem como objetivo investigar o processo de Mudança Organizacional em cooperativas agroindustriais brasileiras, a partir da profissionalização da gestão e implantação de governança corporativa. Cooperativas agroindustriais têm passado por transformações significativas nas últimas décadas, porém a literatura sobre Mudança Organizacional não aborda cooperativas e concentra-se majoritariamente em empresas de capital. Por meio de estudo de múltiplos casos em duas cooperativas do Estado São Paulo, foi analisado como ocorre o processo de profissionalização e implementação de governança corporativa em relação à teoria de Mudança Organizacional. Como resultados, observou-se que o processo de mudança foi motivado pela necessidade de competitividade em relação ao ambiente externo e de desenvolvimento de sucessão, e que as lideranças desempenham um papel fundamental. A mudança de profissionalização e governança contempla tanto aspectos de maximização econômica quando de desenvolvimento de capacidades organizacionais e mudança cultural. Observou-se resistências de cooperados e colaboradores, devido à tomada de decisão mais racional e transparente e menos relacional e pessoal. Conclui-se que a profissionalização da gestão e governança corporativa possibilitam que as cooperativas sejam bem-sucedidas no ambiente competitivo e mantenham-se fiéis aos seus princípios doutrinários

The present work aims to investigate the Organizational Change process in Brazilian agroindustrial cooperatives, from the professionalization and corporate governance implementation point of view. Cooperatives have been through major changes over the last few decades, but Organizational Change reasearch focuses mainly on investor-owned firms and does not address cooperatives. Through a multiple case study held in cooperatives in the State of São Paulo, the process of professionalization and implementation of corporate governance in relation to the Organizational Change theory was analyzed. As results showed, the main reasons for the change process were the competitivity need regarding the external market and the development of successors, and that leadership plays a fundamental role. Resistances of members and employees were observed due to the more rational and transparent, less relational and personal decision-making process. The conclusion is that management professionalization and corporative governance enable cooperatives to be competitive and successful in the market while remaining faithful to their doctrinal principles