Este trabalho dedicou-se a procurar uma relação entre o modelo organizacional predominante em Ribeirão Preto, Sertãozinho e Jaboticabal, os três maiores municípios em termos populacionais da Região Metropolitana de Ribeirão Preto (RMRP), e o nível de desenvolvimento socioeconômico atingido por eles. Para tanto, foi imprescindível estudar a trajetória do desenvolvimento histórico-constitucional dos municípios brasileiros, desde sua hesitante institucionalização, ainda durante o Primeiro Reinado (1822-1831), até seu verdadeiro reconhecimento como ente federativo pela Constituição de 1988. Foi de suma importância também efetuar a análise dos diferentes modelos organizacionais que foram sucessivamente adotados no Brasil. Assim, desde o modelo patrimonial, trazido e implementado pelos colonizadores portugueses, até o modelo societal, ainda hoje em disputa por espaço e por hegemonia contra o modelo gerencial, os modelos seguiram-se no tempo e influenciaram-se mutuamente, constituindo, muitas vezes, não uma ruptura, mas períodos difusos, que apresentam características de mais de um modelo organizacional. Desta maneira, o estudo pôde, por intermédio da análise das legislações municipais disponíveis que tratam das reformas administrativas implementadas nos municípios, determinar os modelos organizacionais predominantes nesses mesmos municípios. Em seguida, foi necessário coletar e comparar os dados socioeconômicos dos municípios e relacioná-los aos modelos organizacionais predominantes. Como subsídio e complementação ao trabalho, a pesquisa contou também com a aplicação de questionário a servidores públicos dos três municípios, de modo a conhecer a percepção que têm a respeito de alguns tópicos da administração pública e dos modelos organizacionais. Ao final do estudo abriram-se condições para compreender melhor a dinâmica de coexistência entre os modelos organizacionais e sua eventual relação com o desenvolvimento socioeconômico municipal, além de ensejar novos estudos relacionados ao tema

This work aimed to find a relationship between the predominant organizational model in Ribeirão Preto, Sertãozinho and Jaboticabal, the three largest municipalities in population terms in the Ribeirão Preto Metropolitan Region (RMRP), and the level of socioeconomic development reached by them. Therefore, it was essential to study the historical-constitutional development of the Brazilian municipalities, from their hesitant institutionalization, even during the First Reign (1822-1831), until their true recognition as a federative entity by the 1988 Constitution. It was also of paramount importance analyze the different organizational models that were successively adopted in Brazil. Thus, from the patrimonial model, brought in and implemented by the Portuguese settlers, to the societal model, still in dispute for space and hegemony against the managerial model, the models followed each other in time and influenced each other, often constituting, not a rupture, but diffuse periods, which present characteristics of more than one organizational model. In this way, the study was able, through the analysis of available municipal legislations dealing with the administrative reforms implemented in the municipalities, to determine the predominant organizational models in these same municipalities. Next, it was necessary to collect and compare the socioeconomic data of the municipalities and to relate them to the predominant organizational models. As a subsidy and complementation to the work, the survey also included the application of a questionnaire to public servants of the three municipalities, in order to know the perception they have about some topics of public administration and organizational models. At the end of the study, conditions were opened to better understand the dynamics of coexistence between organizational models and their possible relationship with municipal socioeconomic development, as well as to generate new studies related to the theme