Na década de 1990, emergiu uma numerosa literatura abordando os efeitos da confiança interpessoal no crescimento econômico dos países. Teoricamente, a confiança afeta o crescimento econômico por afetar as decisões que envolvem incerteza acerca das ações futuras de outros agentes, como: investimentos, contratações de trabalhadores, inovação, dentre outras. Este trabalho utiliza a metodologia corrente nesta literatura, avaliando o papel da confiança no crescimento econômico em um cross section de países para três períodos, utilizando informações, principalmente, das Penn World Tables, World Values Survey e dados de educação da UNESCO. Aplicando a técnica de least trimmed squares é avaliada a robustez da variável confiança quando se retiram observações aberrantes. Encontra-se que a confiança tem um efeito considerável no crescimento econômico, mesmo quando outliers são removidos. Também são realizados exercícios para a correção de possíveis problemas de endogeneidade da variável de confiança. Além disso, o trabalho analisa os determinantes da confiança individual, utilizando um modelo probit cujas variáveis explicativas são: renda, escolaridade, idade, país, religião, dentre outras. Este exercício também é feito para analisar o caso brasileiro. Encontra-se que a confiança é uma variável que depende mais da sociedade ou do grupo que das características individuais e, para o caso brasileiro, verificou-se que independentemente de gênero, escolaridade ou renda, as pessoas não confiam nos demais.

In the 1990's a large number of works came out investigating the effects of interpersonal trust on the economic growth of countries. Theoretically, trust affects economic growth by affecting all decisions that involve uncertainty on future actions of other agents, such as: investments, hire of employees, innovation, among others. This study uses the current literature methodology, tackling the trust importance for economic growth on a cross section of countries for three periods, using informations mainly from the Penn World Tables, World Values Survey and educational data from UNESCO. Applying the least trimmed squares technique it is evaluated the robustness of the trust variable when influential observations are excluded. It is found a remarkable estimated effect of trust on economic growth, even when outliers are removed. Also some studies are made in order to correct for possible endogeneity problems of the trust variable. Moreover, the work analyses the determinants of individual trust, using a probit model with the regressors: income, schooling, age, country, religion, among others. This analysis is also applied for the brazilian case. It is found that trust depends more on the society or group than on individual characteristics and, for the brazilian case, it was observed that, no matter which gender, schooling or income level the person belongs to, people do not trust each other.