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Dissertação de Mestrado
DOI
https://doi.org/10.11606/D.84.2019.tde-23052019-131537
Documento
Autor
Nome completo
Milena Magalhães Oliveira
E-mail
Unidade da USP
Área do Conhecimento
Data de Defesa
Imprenta
São Paulo, 2019
Orientador
Banca examinadora
Seixas, Renato Braz Oliveira de (Presidente)
Assis, Jacira Helena do Valle Pereira
Vas, Braz Batista
Título em português
Intercâmbio cultural na fronteira: relações comerciais entre Brasil e Paraguai de 1856 a 1870
Palavras-chave em português
Brasil e Paraguai
Fronteira
Guerra do Paraguai
Intercâmbio cultural
Resumo em português
Esta dissertação trata sobre o intercâmbio cultural na fronteira entre Brasil e Paraguai no período que antecede a Guerra do Paraguai e durante o conflito, especificamente como aconteceram as trocas comerciais durante o período de restrições ao comércio entre os países beligerantes. Objetivamos investigar se, apesar das decisões governamentais, os atores abrangidos em redes comerciais e culturais da região fronteiriça continuaram a desenvolver práticas e estratégias de intercâmbio cultural e econômico nessa região de confluência econômica e cultural entre brasileiros e paraguaios. A metodologia empregada nesta pesquisa se classifica como exploratória quanto aos objetivos e qualitativa quanto à forma de abordagem do problema. No que tange aos procedimentos técnicos, este trabalho utilizou métodos de revisão bibliográfica, histórica, documental e de leitura cultural. Abordamos as concepções de fronteira que contribuíram para pensar a zona de fronteira como espaço de convergência cultural entre as populações que ali habitavam (GRIMSON, 2000; TUAN, 1983; SANTOS, 2002; HISSA, 2002; SEIXAS, 2017). Tomamos como base os estudos de Le Goff (2001) e De Certeau (1982) para aprofundar conhecimentos sobre narrativas históricas, história nova e contranarrativas históricas; Guerrero Arias (2002); Boas (2004); Larrain (2003), para aprofundar conhecimentos a respeito de cultura. Esse suporte teórico configurou- se fundamental para responder às questões: No período que antecede a Guerra do Paraguai e durante o conflito, os governantes decretaram restrições ao comércio entre os países beligerantes. Como os atores abrangidos em redes comerciais e culturais que habitavam esse espaço de fronteira conviviam com tais restrições? Quais as práticas cotidianas que adotaram para assegurar, de modo ostensivo ou velado, as trocas comerciais e culturais entre brasileiros e paraguaios? Dessas perguntas derivaram as hipóteses desta dissertação: esta pesquisa tem como premissa que os habitantes da fronteira desenvolveram práticas de resistência para, ostensiva e veladamente, dar continuidade às trocas, especialmente comerciais, apesar das proibições governamentais ao comércio entre Brasil e Paraguai. Para responder à indagação central e verificar se as hipóteses se confirmavam ou deveriam ser refutadas, recorremos a fontes primárias do período estudado que incluem documentos oficiais e oficiosos, periódicos e anúncios comerciais da época datados principalmente entre os anos de 1856 a 1870. A partir da análise dos documentos, identificamos práticas que apontam para o intercâmbio comercial na fronteira e que a população local manteve, de maneira ostensiva ou velada, trocas comerciais e culturais apesar das proibições governamentais. Concluímos que os habitantes do Prata não atuaram como um mero reflexo das decisões tomadas pelos governantes, mas sim responderam a partir de suas vivências, da trajetória da comunidade e, a partir daí, elaboraram práticas que permitiram a sobrevivência e a convivência com os mesmos e também os outros. Depreende-se a partir disso que a permanência das imposições comerciais proibitivas resultou na perpetuação de tais trocas à margem ou na ilegalidade, que afinal eram práticas de resistência e estratégias de sobrevivência. A narrativa oficial não sustenta a totalidade do fenômeno cultural emanado das populações locais, e por esse motivo ignorara o significado simbólico das práticas produzidas pelos habitantes do espaço analisado.
Título em inglês
Intercambio cultural en la frontera: relaciones comerciales entre Brasil y Paraguay de 1856 a 1870
Palavras-chave em inglês
Brasil y Paraguay
Frontera
Guerra de Paraguay
Intercambio cultural
Resumo em inglês
Esta disertación contempla el intercambio cultural en la frontera entre Brasil y Paraguay en el período anterior a la guerra del Paraguay y durante el conflicto, específicamente como sucedieron a los intercambios comerciales durante el período de restricciones al comercio entre los países beligerantes. El objetivo de investigar si, a pesar de las decisiones gubernamentales, los actores cubiertos en redes comerciales y culturales de la región fronteriza continuaron desarrollando prácticas y estrategias de intercambio cultural y económico en esa región de confluencia económica y cultural entre brasileños y paraguayos. La metodología empleada en esta investigación se clasifica como exploratoria en cuanto a los objetivos y cualitativa en cuanto a la forma de abordaje del problema. En lo que se refiere a los procedimientos técnicos, este trabajo utilizó métodos de revisión bibliográfica, histórica, documental y de lectura cultural. Tomamos como base los estudios de Le Goff (2001) y De Certeau (1982) para profundizar conocimientos sobre narrativas históricas, historia nueva y contra narrativas históricas; Guerrero Arias (2002); Boas (2004); Larrain (2003), para profundizar en los conocimientos acerca de la cultura. Este apoyo teórico se configuró fundamental para responder a las preguntas: En el período previo a la guerra del Paraguay y durante el conflicto, los gobernantes decretaron restricciones al comercio entre los países beligerantes. ¿Cómo los actores cubiertos en redes comerciales y culturales que habitaban ese espacio de frontera conviven con tales restricciones? ¿Cuáles son las prácticas cotidianas que han adoptado para asegurar, de modo ostensible o velado, los intercambios comerciales y culturales entre brasileños y paraguayos? De estas preguntas derivaron las hipótesis de esta disertación: esta investigación tiene como premisa que los habitantes de la frontera desarrollaron prácticas de resistencia para, ostensiva y veladamente, dar continuidad a los intercambios, especialmente comerciales, a pesar de las prohibiciones gubernamentales al comercio entre Brasil y Paraguay. Para responder a la pregunta central y verificar si las hipótesis se confirman o debían ser refutadas, recurrimos a fuentes primarias del período estudiado que incluyen documentos oficiales y oficiosos, periódicos y anuncios comerciales de la época datados principalmente entre los años 1856 a 1870. A partir del análisis de los documentos, identificamos prácticas que apuntan al intercambio comercial en la frontera y que la población local mantuvo, de manera ostensible o velada, intercambios comerciales y culturales a pesar de las prohibiciones gubernamentales. Concluimos que los habitantes del Plata no actuaron como un mero reflejo de las decisiones tomadas por los gobernantes, sino que respondieron a partir de sus vivencias, de la trayectoria de la comunidad y, a partir de ahí, elaboraron prácticas que permitieron la supervivencia y la convivencia con los mismos y también los otros. De ello deduce que la permanencia de las imposiciones comerciales prohibitivas resultó en la perpetuación de tales intercambios al margen o en la ilegalidad, que al final eran prácticas de resistencia y estrategias de supervivencia. La narrativa oficial no sustenta la totalidad del fenómeno cultural emanado de las poblaciones locales, y por ese motivo ignoró el significado simbólico de las prácticas producidas por los habitantes del espacio analizado.
 
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Data de Publicação
2019-05-23
 
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