Considerando que é no ensino fundamental que fenômenos de natureza química são tratados pela primeira vez e que as imagens podem auxiliar no processo de aprendizagem e possibilitar a construção de significados para o conhecimento, o presente trabalho propõe-se a analisar as escolhas, as ações e os comportamentos de uma professora de ciências durante suas aulas para o 9° ano do ensino fundamental II, com o objetivo de explorar o uso de recursos imagéticos propostos por ela. Para tanto, fizeram parte desta aferição questões como: quais os tipos de imagens foram utilizados no desenvolvimento da disciplina? O que a professora almejou ao utilizá-las? Em qual contexto estão inseridas? Como se deu o processo de comunicação acerca da imagem? A pesquisa foi desenvolvida em uma escola municipal localizada na cidade de Salto - SP, onde foram acompanhadas e gravadas as aulas por um período de seis meses, durante o qual foi trabalhado o conteúdo de química. Caracteriza-se, assim, como um estudo de caso. Cada imagem utilizada pela professora em sala de aula foi considerada signo e explorada a partir da teoria da semiótica de Charles Sanders Peirce. Considerá-la como signo é atribuir-lhe uma carga de materialização, ou seja, o objeto é materializado na representação, possibilitando a transição entre o domínio imaterial e o visual e a compreensão de como podem ou não colaborar para a construção do conteúdo de química, considerando, ainda, o discurso da professora acerca do signo. As imagens foram classificadas de acordo com modos de relação pelo qual o signo se constitui (quanto à sua própria natureza) e quanto ao seu objeto. Essas relações pertencem às denominadas tricotomias estabelecidas por Peirce, resultando em diversas classes, como quali-signo icônico, sin-signo icônico, sin-signo indicial, legi-signo icônico, legi-signo indicial e legi-signo simbólico. Essas análises e classificações somadas aos argumentos e construções apresentados pela professora durante a pesquisa evidenciaram sua postura fortemente realista durante a leitura das imagens.

Whereas in the elementary school that chemical nature phenomena are treated for the first time and the images can assist the learning process and enable the construction of meanings for knowledge, this paper explores the actions and behaviors of a science teacher for their classes to the 9th grade of elementary school II, in order to explore the use of pictorial resources proposed for it. So, were part of this assessment questions such as what types of images were used in the development of the discipline? What the teacher aspired to use them? In what context are inserted? How was the communication process about the image? This research is characterized as a case study and was developed in a municipal school in the city of Salto - SP, where classes were monitored and recorded in a period of six months, a period in which they worked the chemical content. Each image used by the teacher in the classroom was considered a sign and explored from the theory of Charles Sanders Peirce semiotics. Consider it as a sign is to attribute it a load of materialization, in the other words, the object is materialized in the representation, enabling the transition between immaterial domain and the visual and understanding of how may or may not contribute to the construction of the chemical content considering also the speech of the teacher about the sign. The images were classified according to modes of relationship in which the sign is constituted (about its nature) and about its object. These relationships belong to called trichotomies established by Peirce, resulting in several classes, as qualisign iconic, sinsign iconic, sinsign indicial, legisign iconic, legisign indicial and legisign symbolic. These reviews and ratings added to teacher's arguments and buildings presented during the research showed a strongly realistic posture while reading the images.