Esta pesquisa possui como base a investigação sobre como a identidade nacional passou a ser construída nos livros didáticos de Geografia através de uma regularidade discursiva, enunciada em diferentes momentos da história da educação brasileira. No sentido de entender o se fazia presente nestes discursos, busquei revisitar o passado, reconhecendo que a compreensão deste recorte espacial passa necessariamente pelo resgate da complexidade histórica que envolve sua existência.N os livros didáticos era possível perceber certa constância nos discursos sobre a identidade nacional declaravam a unidade ao enunciar uma nação, ao mesmo tempo em que as particularidades acabavam por diferenciar primeiramente as províncias, posteriormente os estados e por fim, as regiões. Compondo um tenso tecido regional ao longo da organização do território brasileiro. Através dessa relação dialógica, o brasileiro, era mobilizado ao mesmo tempo em que as identidades regionais eram delimitadas, surgindo os baianos, mineiros, paulistas, gaúchos etc. Estes discursos criaram uma conformidade de apreensões sobre o Brasil. Representações que ganharam foro de legítimas, a partir do discurso institucionalizado decorrente da escola. Os livros didáticos surgem como fontes para esta apreensão, já que possibilitam perceber o que foi enunciado como sendo o Brasil, em um dado período da história da Geografia escolar. Espera-se que as análises e conclusões ora apresentadas neste trabalho contribuam para as novas pesquisas que vêm sendo desenvolvidas por estudiosos e acadêmicos sobre o livro didático de Geografia. Servindo de estimulo no desenvolvimento de novos conhecimentos, principalmente àqueles que têm como foco a história da geografia enquanto disciplina escolar.

This research is based on an investigation about how the national identity was constructed in didactic books of Geography through speeches enunciated in different moments of the history of Brazilian education. I tried to revisit the past, recognizing that the understanding of this spatial cut necessarily passes through the rescue of the historical complexity that involves its existence. In the textbooks it was possible to perceive a certain constancy in the discourses on the national identity declared unity when enunciating a nation, at the same time that the particularities ended up differentiating first the provinces, later the states and, finally, the regions. Composing a tense regional fabric throughout the organization of the Brazilian territory. Through this dialogical relationship, the "Brazilian" was mobilized at the same time as the regional identities were delimited, arising the baianos, mineiros, paulistas, gaúchos etc. These speeches created a conformity of apprehensions about Brazil. Representations that have gained legitimacy from the institutionalized discourse arising from the school. The textbooks come as sources for this apprehension, since they make it possible to perceive what was enunciated as being Brazil, in a given period of the history of the school geography. It is hoped that the analyzes and conclusions presented in this paper will contribute to the new research that has been developed by scholars and academics about the Geography textbook. Being a stimulus in the development of new knowledge, especially to those that focus on the history of geography as a school discipline.