A distância e o tempo de viagem são elementos de importância para a avaliação do acesso aos serviços de saúde, esta é uma questão que para a população do campo tem uma importância especial devido às particularidades geográficas do espaço rural. A presente pesquisa tem como objetivo desenvolver uma metodologia de mapeamento da rede de rodovias rurais com indicações de impedâncias de viagem, utilizando-se para isso dos Sistemas de Informação Geográfica (SIG) e tendo em vista a otimização do traslado da população rural aos serviços de saúde. A orientação teórica se apóia no conceito de distância na Geografia e em concepções sobre a medida da acessibilidade e mobilidade espacial. Faz-se uma ampla observação das abordagens e metodologias voltadas ao estudo da acessibilidade geográfica das populações rurais aos serviços de saúde, sobretudo, as que tratam de fatores espaciais e fazem uso dos SIG. Dados relativos às classes de rodovias rurais, declividade da paisagem, sinuosidade, visibilidade e uso da terra, são considerados na composição de uma síntese de impedâncias. A avaliação toma como parâmetro o tempo de viagem por veículo automotor e as medidas se fazem com base na rede rodoviária ponderada por impedâncias. A população rural e as unidades de atendimento à saúde são os referencias para a avaliação da acessibilidade geográfica. A metodologia foi aplicada à Microrregião de Registro (SP) e os resultados indicam que a velocidade nos percursos muda de acordo com os atributos associados às rodovias, sendo as estradas locais nãopavimentadas as que apresentam maior variabilidade para a geração de condições ótimas de viagem. A distribuição espacial dos serviços de saúde reflete na acessibilidade geográfica e algumas regiões são mais penalizadas no acesso aos serviços hospitalares. O modelo aqui apresentado orienta à montagem de um SIG para a análise da acessibilidade da população rural aos postos de saúde e hospitais e atende a duas principais aplicações: (i) o apoio ao planejamento da viagem da população rural aos postos de atendimento à saúde; (ii) e auxílio em facilitar o acesso da população rural às consultas e atendimento de ocorrências emergenciais, pela aplicação de recursos de análise de rede, tais como: caminho mínimo, matriz de origens-destinos e área de serviço. Ambas as aplicações poderão resultar num melhoramento do planejamento das áreas de influencia dos centros de saúde na região rural.

Distance and travel time are important parameters in the evaluation of access to health services. For the population living in the countryside, this has become a significant issue due to geographical particularities of rural areas. The objective of this work is the development of a GIS-based methodology for the mapping of rural road networks and the determination of travel impedances in order to optimize the travel time of the rural population to health care facilities. The theoretical orientation is based on the concept of geographical distance and on the conception of the extent of accessibility and mobility. A general overview is given of approaches and methodologies which study the geographical accessibility of health services facilities by the rural population with particular consideration of those which deal with spatial factors and make use of GIS (Geographic Information System). Data on rural roads classes, slope, sinuosity, visibility and land use are considered in the composition of the impedances synthesis. The evaluation uses the travel time by car as a parameter, and the quantifications are based on the road network with velocities adjusted by the impedances. This way, network distances, velocity and the travel time are the criteria for the evaluation of the geographical accessibility to health care facilities by the rural population. The methodology was applied to the Region of Registro (SP), and the results indicate that the velocity on the particular road sections changes depending on the attributes associated with the road classes with the observation that unpaved roads represent the worst conditions for establishing optimum travel conditions. The distribution of health service facilities is reflected in the geographical accessibility, and some regions are highly penalized regarding access to hospital services. The model presented here points out methods for the installation of a GIS for the analysis of the accessibility of health care facilities by the rural population with respect to the following applications: (i) support of the rural population when planning journeys to health care facilities; (ii) improved access to medical examination and emergency assistance by analysis of the network, i.e., by determining the minimum traveling distance, the origin-destination matrix and the service areas of the health care facilities. Both applications may improve covering and planning rural health service facilities.