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Tesis Doctoral
DOI
https://doi.org/10.11606/T.8.2011.tde-18122012-130446
Documento
Autor
Nombre completo
Silvia Viana Rodrigues
Dirección Electrónica
Instituto/Escuela/Facultad
Área de Conocimiento
Fecha de Defensa
Publicación
São Paulo, 2011
Director
Tribunal
Bruni, Jose Carlos (Presidente)
Arantes, Paulo Eduardo
Cohn, Gabriel
Pereira, Luciano
Silva, Anderson Goncalves da
Título en portugués
Rituais de sofrimento
Palabras clave en portugués
Cinismo
Espetáculo da realidade
Ideologia
Indiferença
Sofrimento
Trabalho
Resumen en portugués
No dia 25/07/2010 o programa Pânico na TV levou ao ar uma brincadeira realizada ao vivo com seus próprios humoristas. Logo que chegaram ao aeroporto de Guarulhos vindos da África do Sul, onde cobriram a Copa da FIFA, foram recebidos pela produção que lhes ofereceu uma carona merecida, já que a equipe estava exausta da viagem e, segundo o próprio programa, havia trabalhado sem descanso e em péssimas condições. Ao invés de irem para casa, conforme o prometido, passaram horas rodando por São Paulo sem destino, até que foram deixados no aeroporto de Congonhas. Lá chegando, um colega humorista os recebeu afirmando que se tratava de uma brincadeira, mas o cansaço do passeio seria apenas a primeira, pois eles deveriam se encaminhar ao estúdio para enfrentarem uma lutadora profissional de vale-tudo. Já muito irritado, um técnico da equipe disse: Eu sou câmera, eu não tenho que tá participando desse negócio aí (...) tô cansado, porra, são quarenta dias, doze horas, comendo mal.... Todos os outros protestaram e, transtornados, se recusaram a participar: É uma falta de respeito isso com o cara que tá trabalhando, quero ir embora, quero ir para minha casa. O produtor do programa interveio e, com um celular em riste, ameaçou: tem uma ordem que é do Emílio e do Alan [diretores] pra todo mundo entrar no carro agora e ir todo mundo pra lá. Não obstante o ódio generalizado, eles retornaram ao carro. O humorista encarregado da piada tentou inúmeras vezes fazer os outros rirem até que, já constrangido, falou em tom de brincadeira: não fica bravo comigo, tô aqui trabalhando, cumprindo ordens, o outro respondeu: Brincar... a gente até compartilha com vocês, só que a gente tá sem comer, sem dormir, entendeu? É desumano isso, prá caramba. O câmera, irado, completou: Eu tenho uma puta consideração com você, mas como você consegue ver graça nisso, ver seus amigos de trabalho se fodendo (...) uma situação que não tem graça (...) O cara lá em casa vai olhar para mim e achar engraçado há há, o câmera man tá fodido. Quando chegaram ao estúdio, aquele que ainda tentava piadas, mas cujo olhar traduzia tristeza, disse com seriedade: Vem, por favor, eu também tô cansado, desculpa aí. Capítulo 1: Como essa coisa pôde ser televisionada sem a menor vergonha? Capítulo 2: O que sustenta a ameaça dos diretores? Capítulo 3: Por que a equipe voltou ao carro? Capítulo 4: Como o humorista suportou ver seus amigos de trabalho se fodendo? Capítulo 5: Por que a piada continuou?No dia 25/07/2010 o programa Pânico na TV levou ao ar uma brincadeira realizada ao vivo com seus próprios humoristas. Logo que chegaram ao aeroporto de Guarulhos vindos da África do Sul, onde cobriram a Copa da FIFA, foram recebidos pela produção que lhes ofereceu uma carona merecida, já que a equipe estava exausta da viagem e, segundo o próprio programa, havia trabalhado sem descanso e em péssimas condições. Ao invés de irem para casa, conforme o prometido, passaram horas rodando por São Paulo sem destino, até que foram deixados no aeroporto de Congonhas. Lá chegando, um colega humorista os recebeu afirmando que se tratava de uma brincadeira, mas o cansaço do passeio seria apenas a primeira, pois eles deveriam se encaminhar ao estúdio para enfrentarem uma lutadora profissional de vale-tudo. Já muito irritado, um técnico da equipe disse: Eu sou câmera, eu não tenho que tá participando desse negócio aí (...) tô cansado, porra, são quarenta dias, doze horas, comendo mal.... Todos os outros protestaram e, transtornados, se recusaram a participar: É uma falta de respeito isso com o cara que tá trabalhando, quero ir embora, quero ir para minha casa. O produtor do programa interveio e, com um celular em riste, ameaçou: tem uma ordem que é do Emílio e do Alan [diretores] pra todo mundo entrar no carro agora e ir todo mundo pra lá. Não obstante o ódio generalizado, eles retornaram ao carro. O humorista encarregado da piada tentou inúmeras vezes fazer os outros rirem até que, já constrangido, falou em tom de brincadeira: não fica bravo comigo, tô aqui trabalhando, cumprindo ordens, o outro respondeu: Brincar... a gente até compartilha com vocês, só que a gente tá sem comer, sem dormir, entendeu? É desumano isso, prá caramba. O câmera, irado, completou: Eu tenho uma puta consideração com você, mas como você consegue ver graça nisso, ver seus amigos de trabalho se fodendo (...) uma situação que não tem graça (...) O cara lá em casa vai olhar para mim e achar engraçado há há, o câmera man tá fodido. Quando chegaram ao estúdio, aquele que ainda tentava piadas, mas cujo olhar traduzia tristeza, disse com seriedade: Vem, por favor, eu também tô cansado, desculpa aí. Capítulo 1: Como essa coisa pôde ser televisionada sem a menor vergonha? Capítulo 2: O que sustenta a ameaça dos diretores? Capítulo 3: Por que a equipe voltou ao carro? Capítulo 4: Como o humorista suportou ver seus amigos de trabalho se fodendo? Capítulo 5: Por que a piada continuou?
Título en inglés
Rituals of sorrow
Palabras clave en inglés
Cynicism
Ideology
Indifference
Reality show
Suffering
Work
Resumen en inglés
On July 25, 2010, the TV show Pânico na TV (Panic on TV) aired a live joke involving its own comediants. As soon as they arrived at Guarulhos airport coming from South Africa, where they had covered the FIFA World Cup, they were welcomed by the production, which offered them a ride they deserved, since the team was exhausted, and, according to the show itself, had worked non-stop in terrible conditions. But instead of going home as promised, they spent hours driving around the city of São Paulo, until they were left at Congonhas airport. There, another comediant told them it was a joke, and the weariness of the ride would be only the beginning, once they should now go to the studio to fight a professional MMA fighter. Already very angry, a technician said: "I'm a cameraman, I don't have to take part into this (...) I'm fucking tired, it was forty days, twelve hours, bad food..." Everybody else protested, and, upset, refused to participate: "This is a lack of respect with a working guy, I want to go away, I want to go home". The show producer came, and, with his mobile in his hand, threatened: "I've got an order from Emílio and Alan (the directors) for everybody to step into that car now and go there". So despite the general hatred, they went back to the car. The comediant in charge of the joke tried several times to make the others laugh, until, already embarrassed, said playfuly: "don't get mad at me, I'm working here, under orders", to which another answered: "Joking... we even share that with you, but we haven't eaten or slept, got it? This is fucking not human". The cameraman, furious, added: "I respect you a lot, but how can you see anything funny here, watching your co-workers getting screwed (...) not a funny situation really (...) the guy back at home will look at me and think this is funny, 'haha, the cameraman is fucked'". When they got to the studio, the one who was still trying to make jokes, but whose look expressed sadness, said seriously: "Come on, please, I'm also tired, I'm sorry". Chapter 1: How could this thing be shamelessly aired? Chapter 2: What sustains the directors' threat? Chapter 3: Why did the crew go back to the car? Chapter 4: How did the comediant stood "watching his co-workers getting screwed?" Chapter 5: Why did the joke go on?
 
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Fecha de Publicación
2012-12-18
 
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