Esta dissertação de mestrado analisa o Fórum Social Mundial, uma das maiores articulações promovidas por organizações da sociedade civil, a partir de desenvolvimentos recentes da teoria de movimentos sociais acerca de redes e identidade coletiva no plano transnacional. Emprega também a técnica da Análise de Rede Social para verificar as relações de poder dentro do Conselho Internacional do Fórum, seu órgão mais representativo. Os resultados apontam a existência de um núcleo duro à frente do processo de articulação, que mantém uma série de regras de conduta e metodologia de trabalho para mediar os conflitos internos e evitar a desagregação do grupo. Indicam também que grupos mais antigos, de estrutura tradicional, como organizações não-governamentais e movimentos sociais de base, são mais influentes no Fórum do que redes e coalizões surgidas mais recentemente na onda de contestações à chamada globalização neoliberal. Essa conclusão polemiza com leituras da realidade que apontam as redes e coalizões como os novos movimentos sociais da contemporaneidade.

This research analyzes the World Social Forum one of the more important networks promoted by civil society organizations using recent developments of the theory of social movements on network and collective identity in the transnational space. It also uses Social Network Analysis to verify the power relations inside of the International Council of the Forum, its more representative department. The results point the existence of a powerful nucleus that keeps rules of behavior and some methodologies to mediate internal conflicts and to prevent the disaggregation of the group. They also indicate that old entities with more traditional structures, as nongovernmental organizations and grassroots movements, are more influential in the Forum than coalitions or other kinds of networks who emerge more recently in protests against neoliberal globalization. This conclusion polemizes with some studies that point coalitions as the strongest social movements of contemporaneity.