Com o objetivo de analisar a baixa transmissão de dengue na área metropolitana de São Paulo, no contexto de outras regiões do Estado, no período entre janeiro de 1995 e junho de 2000, estudou-se conjuntamente, segundo Administração Regional de Saúde (ARS) para São Paulo e município para o restante da região, as seguintes variáveis: número de casos de dengue autóctones e importados, densidade demográfica, presença e densidade de Aedes aegypti e Aedes albopictus, temperaturas máxima, média e mínima anuais, índice pluviométrico anual e qualidade do ar anual. Observou-se a ocorrência de 1000 casos importados principalmente da Bahia, Pernambuco e de outras regiões do Estado de São Paulo e de apenas 2 casos autóctones ocorridos em 1999 na região oeste do Município de São Paulo. Todos os municípios da Região Metropolitana estavam infestados por Aedes aegypti e/ou Aedes albopictus, sendo que 14 deles apresentavam as duas espécies. Não se registrou infestação por Aedes aegypti dissociado de Ae.albopictus e não foi registrada transmissão de dengue em áreas onde só ocorria esta segunda espécie. Concluiu-se que o percentual de imóveis infestados foi o melhor indicador da infestação por Aedes aegypti. Observou-se que ocorreu elevação da temperatura e diminuição da pluviosidade no período estudado, sem que ocorresse uma correlação entre essas duas variáveis e essa infestação. Foram observadas correlações entre infestação por Aedes aegypti e registro de casos importados, entre estes e densidade populacional, entre densidade populacional e infestação e entre temperatura máxima, casos importados e infestação pelo vetor, significando que nos locais mais densamente povoados, mais infestados e de temperatura mais elevada ocorreu maior circulação dos vírus do dengue. Concluiu-se também que dentre os poluentes analisados monóxido de carbono, partículas inaláveis e fumaça foram os que apresentaram maior correlação negativa com a infestação por Aedes aegypti. Por outro lado, os resultados obtidos mostram que o ozônio apresentou alta correlação positiva com esse vetor. Esses achados estatísticos sugerem estudos futuros mais aprofundados sobre o tema. Os Municípios de São Paulo (ARS 1, 2, 3, 4, 7, e, 8), Guarulhos, Osasco, Barueri, Carapicuíba, São Bernardo do Campo e Santo André mostraram-se com maior risco de transmissão de dengue por registrarem maiores níveis de infestação por Aedes aegypti e ocorrência de casos importados.

In order to analyze the low dengue transmission in rnetropolitan area of São Paulo in the context of other state regions during the period of January 1995 to June 2000 we studied together according to the health Regional Administration (ARS) in São Paulo and the according to the municipality in the rest of the region the following ratios: number of autochthonus cases and non authocthomus cases, demographic density, presence and density of Aedes aegypti and Aedes albopictus, maximum, medium and minimum annual temperatures, annual rain incidence and quality of air. lt was observed the occurrence of 1.000 cases that came from another areas specially from Bahia, Pernambuco, and from other areas of São Paulo State and only 2 autochthonus cases that occurred in 1999 in the west region of São Paulo City. All the cities of Metropolitan region were infested by Aedes aegypti and/or Aedes albopictus, and 14 of those cities had the 2 species. lt was not registered infestation of Aedes aegypti separated from Aedes albopictus and it was not registered transmission of dengue in areas were there was only the second specie. lt was concluded that the percentage of infested houses was the best ratio of infestation of Aedes aegypti. lt was observed that occurred raise of temperature and decrease of rain during the studied period, with no correlation among these 2 ratios and that infestation. lt was noted positive correlation between Aedes aegypti infestation and the registered imported cases, between the cases and population density, among population density, infestation and maximum temperature. lt was concluded that among the analyzed pollutant carbon monoxide, respirable particles and smoke were those that presented the higher negative correlation with Aedes aegypti infestation. In the other hand, the results shown that ozone level presented a high positive correlation with this insect. These statistical findings suggest us future detailed studies about this subject. The cities of São Paulo (ARS 1, 2, 3, 4, 7 and 8), Guarulhos, Osasco, Barueri, Carapicuíba, São Bernardo do Campo and Santo André, were shown with the most risk to dengue transmission because they have most Aedes aegypti infestation index and the higher number for imported cases.