Esta pesquisa teve como objetivo verificar as contribuições do atendimento educacional em ambiente hospitalar, denominado classe hospitalar, a crianças e adolescentes que fazem tratamento oncológico. O trabalho possibilitou compreender os fatores envolvidos no processo, visando ao retorno dos alunos, sujeitos deste estudo, às escolas. Apesar de existir há décadas, produções científicas sobre o assunto estão começando a surgir recentemente, da mesma forma que a estruturação desse serviço, ainda pouco garantido nos hospitais brasileiros. Alguns artigos publicados na literatura informam que crianças em tratamento de câncer têm maior incidência de problemas relacionados à escolaridade, resultantes da doença, das sequelas do tratamento ou mesmo do período prolongado de afastamento do ambiente escolar. Nesse contexto, o atendimento educacional hospitalar exerce um papel fundamental, oferecendo a possibilidade de dar continuidade aos conteúdos escolares, minimizar dificuldades de aprendizagens, dentre outros. Devido à natureza do trabalho, optou-se, por uma abordagem qualitativa para o desenvolvimento da pesquisa, adotando como método o estudo de caso e elegendo como fontes de levantamento de dados entrevistas semi-estruturadas com mães, professoras da classe hospitalar e professoras da escola de origem, relacionadas a duas crianças que passaram por tratamento oncológico em um hospital público infantil que oferece esse serviço. Nesses dois casos o trabalho desenvolvido pelas professoras foi realizado com as atividades e as avaliações enviadas pelas escolas, para que as alunas pudessem continuar os estudos no período de tratamento. Dessa forma, foi possível observar que, em todo esse processo, o envolvimento e o compromisso das pessoas a elas relacionadas tiveram vital relevância. A pesquisa também permitiu verificar que diversos fatores devem ser considerados para que esse trabalho seja efetivo. Na realidade, muitos desafios ainda permeiam a prática dos profissionais educadores que trabalham nos hospitais, a dificuldade de vínculo com as escolas de origem dos alunos/pacientes é uma delas, necessitando o desenvolvimento de estratégias que viabilizem maior articulação entre essas instituições.

The goal of this study is to assess the role played by in-hospital schooling for children and adolescents undergoing cancer treatment. This study enabled the understanding of the factors involved in the process, which is aimed at bringing the students in question back to school. Although this mode of schooling has been in existence for decades, scientific studies on the subject have only appeared recently. The same applies to the creation of a structure to ensure this kind of service, still rarely provided by Brazilian hospitals. Certain scientific papers in the literature have found that children undergoing cancer treatment have a higher incidence of schooling-related problems, the effects of which may have been resulted from the disease, post-treatment sequelae or even from the prolonged period away from school. In this perspective, in-hospital schooling plays a fundamental role, providing cancer patients the possibility of continuing to pursue their school education, minimizing their learning difficulties, among others. Due to the nature of this study, a case-based qualitative approach was adopted and carried out through semi-structured questionnaires. The interviewees were the mothers, in-hospital-school teachers, and regular school teachers of two children undergoing cancer treatment in a public pediatric hospital that offers in-hospital schooling services. In both cases the work of in-hospital-school teachers was performed according to the assignments and assessments sent by the patients' regular school teachers so the students could continue their school education during the treatment period in hospital. Therefore, it was possible to observe that during the entire process the involvement and the commitment on the part of all the interviewees played an important role. This study also found that several factors must be taken into account in order to ensure the effectiveness of in-hospital schooling. In fact, many are the challenges faced by the education professionals who work in-hospital, among which is the difficulty of preserving the bond with the patient's school of origin; thus revealing the need of developing strategies to enable a better articulation with these institutions.