Esta dissertação busca elaborar e colocar em prática uma alternativa metodológica para que o ensino de literatura possa, ao menos, formar leitores literários autônomos críticos, capazes de fazer as suas escolhas de leituras, sabendo que o aprendido do texto literário não é um todo absoluto, mas passível de ser constantemente ressignificado. Para tanto, retoma e procura transpor as teorias de Jean Piaget e Lev Vygotsky, ampliadas com o estudo da teoria de aprendizagem mediada de Reuven Feuerstein e com as ideias de alguns autores franceses que enfatizam a necessidade de se implicar mais o leitor na obra (direitos do leitor), à prática pedagógica de sala de aula. Dessa forma, estruturam-se duas experimentações focadas nos alunos de Ensino Médio da rede pública estadual de ensino, de modo que sua participação fosse a mais efetiva possível, partindo-se da ação leitora à reflexão sobre o lido, por meio ora de momentos individuais, ora coletivos, para que, ao final, o aluno se instrumentalize com ferramentas que o tornem sujeito leitor, participando empenhadamente da construção do sentido do texto e, talvez, torná-lo habitué da leitura. Da análise daquelas experimentações, observa-se a necessidade de se trazer o texto literário para o centro da aula, para que se possa estruturar metodologicamente uma sequência variada de atividades, bem planejada, com intencionalidade-reciprocidade, transcendência e significado, que leve à construção de conceitos relevantes, facilitando a construção da caminhada interpretativa do leitor, desde o recolhimento de pistas no texto ao opinar sobre o próprio processo, sobre o que apreendeu do texto.

The present dissertation seeks to elaborate and implement an alternative methodology so that the teaching of literature can, at least, educate autonomous critical literary readers, who are able to make their choices of reading while being aware that the learned of the literary text is not an absolute whole, but that it is open to being constantly resignified. For this purpose, it has retaken and sought to transpose the theories of Jean Piaget and Lev Vygotsky, which have been extended with the study of Reuven Feuersteins theory of mediated learning experience and the ideas of some French authors who have emphasized the need to involve more the reader in the text (rights of the reader) to the classroom pedagogic practice. Thus, two experimentations focused on high school students in state public education were structured for their participation to be the most effective possible, starting from the reading action to thinking about the read, through either individual moments, or collective ones, so that in the end, the student can manipulate tools that make him/her a reader subject fully involved in the meaning making of the text, and, perhaps, make him/her a reading habitué. Through the analysis of these experimentations, we have observed the need to bring the literary text to the center of the class, so that we can methodologically structure a well-planned varied sequence of activities, with intentionality-reciprocity, transcendence and meaning, that will lead to the construction of relevant concepts to facilitate the construction of the interpretive walk of the reader", from the collection of clues in the text to giving opinions about his/her own process, about what he/she has learned from the text.