A pesquisa investiga o modo como a escuta, a leitura e o estudo de textos sobre um tema selecionado fundamentam a produção linguística escrita de alunos na Educação de Jovens e Adultos. Procura-se compreender como o tema, o estilo e os recursos argumentativos se organizam na apropriação da escrita. O quadro teórico está fundamentado nas reflexões de Bakhtin ([1979] 1993, 1997, 2003, 2015); Bakhtin/Volochínov (2014); Volochínov (2017); Brait (2009a, 2009b); Marcuschi (2001), Marcuschi & Dionísio (2007); Preti (2000, 2009), para explorar a relação dos estudos da linguagem, dos gêneros discursivos, da interação e do discurso do outro. Para tratar do Ensino de Português, Dolz & Schnewly (1999); Geraldi (1997); Pietri (2007) e, sobre letramento, Colello (2017) e Soares (1998). Para tratar do direito à educação, garantido pela Constituição Federal, e do aluno como sujeito ativo e do tema gerador, selecionamos os estudos de Silva (2011, 2014), Saul (2000, 2009) e Freire (1981, 1986, 1988, 1996, 1998, 2001, 2006). Para trazer um pouco de história da educação básica na EJA, utilizamos o Projeto Político Pedagógico de Diadema (1997, 2007). A metodologia aplicada é a pesquisa-ação (THIOLLENT, 1986), uma vez que a pesquisadora é também a professora da turma. O objetivo foi mostrar que, ao ampliar as práticas de argumentação do aluno, por meio do processo de fala/escuta/leitura/estudo de textos, possibilitou a aprendizagem da escrita como instrumento de atuação social, desenvolvendo a visão crítica. Para desenvolver a investigação, examinam-se questões que sustentam a proposta de estudo da oralidade junto aos gêneros escritos. Para responder à questão de pesquisa como o aluno apreende o gênero escrito, tendo a oralidade como suporte, de modo a aprimorar sua capacidade argumentativa , são analisados textos dos alunos da 7ª A de uma escola pública municipal em Diadema, escritos no primeiro semestre de 2017. Os resultados dessa pesquisa-ação mostram a sala de aula como encontro de contrapalavras no acordo e/ou confronto de diversas vozes nos textos dos alunos, bem como a crítica pontual à falta de políticas públicas no discurso de resistência às desigualdades sociais.

The research investigates how listening, reading and studying texts on a selected theme underlies the written linguistic production of students in the Education of Young and Adults. It is tried to understand how the theme, the style and the argumentative resources are organized in the appropriation of the writing. The theorical framework is based on the reflections of Bakhtin ([1979] 1993, 1997, 2003, 2015); Bakhtin/Volochínov (2014); Volochínov (2017); Brait (2009a, 2009b); Marcuschi (2001), Marcuschi & Dionísio (2007); Preti (2000, 2009), to explore the relationship of language studies, discursive genres, interaction and discourse of the other. To address the teaching of Portuguese, Dols & Schnewly (1999); Geraldi (1997); Pietri (2007) and, on literacy, Colello (2017) and Soares (1998). In order to deal with the right to education, guaranteed by the Federal Constitution, and the student as an active subject and the generating theme, we selected the studies of Silva (2011, 2014); Saul (2000, 2009) and Freire (1981, 1986, 1988, 1996, 2001, 2006). To bring a little history of basic education in the EJA, we used the Educational Political Project of Diadema (1997, 2007). The applied methodology is action research (Thiollent, 1986), since the research is also the teacher of the class. The goal was to show that, to extend the student´s practices of argumentation, through the process of speech/listening/reading/study of texts, enables the learning of writing as an instrument of social action, developing the critical view. To develop the research, we examine questions that support the proposal of orality study with written genres. In order to answer the question of research as the student apprehends the written genre, having orality as support, in order to improve his argumentative capacity , texts of the students of the 7th grade of a municipal public school in Diadema, written in the first semester of 2017. The results of this research action show the classroom as a counterbalance encounter in the agreement and/or confrontation of several voices in the student´s texts, as well as the specific criticism of the lack of public policies in the discourse of resistance to social inequalities.