Trata-se de pesquisa exploratória realizada com um grupo de dezesseis professoras: oito da escola pública e oito da particular que atuam no 1º ano do Ensino Fundamental de nove anos. Exercem a profissão docente no Estado de São Paulo nos munícipios de Osasco, Taboão da Serra e capital. Participaram da pesquisa, respondendo a um questionário com setenta e nove perguntas, organizado em três categorias de análise. O objetivo é investigar as representações dos professores sobre os aspectos que facilitam a escolarização da linguagem escrita nos primeiros anos de vida escolar, especialmente no 1º ano do atual Ensino Fundamental, de modo a discutir em que medida a escolarização favorece ou não o processo de aquisição da modalidade escrita, considerando o letramento e alfabetização como práticas simultâneas. A investigação desvelará as concepções das professoras do 1º ano do Ensino Fundamental, buscando compreender como elas se configuram na prática de sala de aula. Concepções que dizem respeito à criança que aprende, de que modo ela é vista, que espaço ela ocupa aos olhos da professora e, ainda, como as professoras contemplam os momentos de brincadeira em suas salas, o que priorizam na escolha das atividades destinadas ao 1º ano: o letramento, alfabetização ou os dois. Discutir sobre o que tem representado para as professoras as transformações ocorridas após a implementação do Ensino Fundamental de nove anos. Temos como princípio que a linguagem oral estabelecida, desde o início, de maneira afetiva, envolvente, espontânea e mediada pela família é concebida em contexto e necessidade de interação e que, portanto, se estabelece de modo dialógico. Enquanto que a modalidade escrita da língua, quando transformada em práticas pedagógicas, em geral, perde seu significado de objeto social a ser compartilhado de modo dialógico e contínuo. Como referencial teórico norteador recorreu-se a Vygotsky, Bakhtin, 9 Emília Ferreiro, Ana Teberosky, Peter Moss, Ana Luiza Smolka, Semeghini-Siqueira, Magda Soares dentre outros autores.

This paper deals with exploratory research with a group of sixteen teachers: eight from a public and other eight from a private school. They all work in the first grade of Brazilian-nine-grade elementary school system. They work in the state of São Paulo in the cities of Osasco, Taboão da Serra and the capital, São Paulo. They participated in this study by answering a set of seventy-nine questions, organized under three distinct categories of analysis. The objective is to investigate the teachers representations on the aspects that facilitate the schoolarization of the written language during the first years of the school life, especially in the first year of the present Elementary School, in order to discuss how much the schoolarization yields the acquisition of writing, considering the literacy and the alphabetization as simultaneous processes. Such investigation shall unveil the first-grade teachers conceptions, attempting to comprehend how those practices are set inside the classroom. Conceptions about the child who learns, how he or she is seen, which space he or she occupies in the eyes of the teacher and, still, how teachers offer playing moments during their classes, what they prioritize in their choices of activities for the classes in the first grade: literacy, alphabetization, or both. Discussing about what the transformation of the elementary school into a period of nine years has represented for these teachers. We take as a principle that the established oral language, from the start, in an affective, involving, spontaneous and family-nurtured way is conceived in context and in necessity of interaction; therefore, establishes itself dialogically. While the written form of the language, transformed into pedagogical procedures, in general, loses its meaning of social subject to be shared in a dialogical and continuous way. As a theoretical reference, 11 Vygotsky, Bakhtin, Emília Ferreiro, Ana Teberosky, Peter Moss, Ana Luiza Smolka, Semeghini-Siqueira, Magda Soares, among other authors, were referred to.