A presente pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de mapear e analisar processos clínicos e de aprendizagens das crianças e adolescentes com sofrimento psíquico intenso, deficiência mental e em situação de vulnerabilidade social inseridas em um grupo terapêutico intitulado Conhecidências do Centro - grupo para crianças e jovens que faz parte da programação de um serviço público de saúde mental, que se propõe a realizar o acompanhamento dos participantes e experimentações junto com eles em espaços menos protegidos, não especializados, em espaços de uso comum da sociedade. Nos encontros deste grupo com instituições educacionais, de saúde e culturais, criou-se a demanda de pensar os processos de convivência, de experimentação e de aprendizagem dessas crianças e jovens, bem como dos profissionais das instituições que convivem com as mesmas. É possível que além de demandar das crianças, aprendizagem e adaptação, quem lida com elas também aprenda e se afete com elas também? Quais experimentações, experiências e interferências são possíveis com essa infância e juventude que foge das normas? O que se pode aprender com essas crianças (com ou sem deficiências e em situações de sofrimento psíquico), a fim de que acolhamos suas diferenças em nossa prática pedagógica e clínica? Essas são algumas das perguntas que dispararam a feitura desse trabalho e que deseja problematizar, assim como apresentar algumas pistas e hipóteses que podem contribuir para a produção de pensamento e de estratégias éticas e políticas no trabalho de acompanhar crianças e adolescentes.

The following research was developed aiming to chart and analyze clinical and learning processes of children and adolescents with intense psychical suffering, mental deficiency and at socially vulnerable conditions inserted in a therapeutic group entitled Conhecidências do Centro - a group for children and youngsters thats part of the program in a public service for mental health, and that proposes itself to accomplish the accompaniment of the participants and conjoint experimentations in less protected spaces, non specialized, of societys common use. At the groups meetings with educational, health and cultural institutions, it was created a demand to think the processes of acquaintanceship, experimentation and learning of these children and youngsters, as well as those of the institutions professionals who coexist with them. Is it possible that beyond demanding learning and adaptation of the children, those who deal with them also learn and affect themselves? Which experimentations, experiences and interferences are possible with an infancy and youth that strays from the standards? What can be learned with these children (with or without deficiencies and at psychical suffering situations), in order to receive their differences at our pedagogical and clinical practice? These are some of the questions that trigger the making of this work and that wishes to problematize, as well as present some clues and hypotheses which can contribute for the production of thinking and political and ethical strategies in the work of accompany children and youngsters.