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Thèse de Doctorat
DOI
https://doi.org/10.11606/T.47.2016.tde-20102016-155954
Document
Auteur
Nom complet
Elisângela Barboza Fernandes
Adresse Mail
Unité de l'USP
Domain de Connaissance
Date de Soutenance
Editeur
São Paulo, 2016
Directeur
Jury
Fernandes, Maria Inês Assumpção (Président)
Carreteiro, Teresa Cristina Othenio Cordeiro
Levisky, David Léo
Robert, Philippe
Yokomiso, Celso Takashi
Titre en portugais
A adolescência e a problemática da separação: do espaço familiar ao espaço social
Mots-clés en portugais
Adolescência
Espaço
Família
Grupo
Intersubjetividade
Precariedade social
Resumé en portugais
A adolescência impõe novas exigências à família, que vivencia a angústia do esmaecimento de suas fronteiras daquelas que separam o nós dos outros, mas também das fronteiras no suceder das gerações. O intenso processo de afiliação do adolescente a outros grupos ameaça os pactos e alianças que garantiram a manutenção do grupo familiar. A capacidade de continência da família é fortemente requisitada, para que ela possa dar conta de acolher as transformações vivenciadas pelo adolescente. Cabe a ele/ela rever a separação entre si mesmo e os objetos primários, entre o eu e o outro, exigência que se efetiva pelo investimento no exterior. Deve, então, encontrar um lugar nos vínculos externos à família. Esta pesquisa buscou analisar como a problemática da separação do adolescente repercute no plano dos vínculos familiares e na relação com os espaços onde vive (casa, comunidade). Surgido das inquietações da autora em seu trabalho com adolescentes em situação de precariedade social, este estudo sustenta a hipótese de que a problemática da separação desses adolescentes ganha contornos particulares, relacionados às condições de vida, mas também à descoberta de que suas famílias e seu grupo social ocupam um lugar depreciado na sociedade. Para condução da pesquisa foram realizadas oito sessões em grupo (formado por onze adolescentes, entre 15 e 17 anos), conduzidas com base na técnica de grupo operativo de Pichon-Rivière. De acordo com a concepção psicanalítica do sujeito como sujeito do vínculo, a análise foi norteada pela consideração de algumas noções fundamentais, tais como alianças inconscientes e narcisismo grupal. Os adolescentes revelaram um intenso trabalho psíquico de elaboração em torno da questão do dentro e do fora da família, simultâneo a seu movimento em direção ao exterior. As suas falas indicaram que, para a família, o exterior figurava como uma ameaça aos pactos estabelecidos, representada pela sexualidade, em especial, e pelo risco de que o adolescente se envolvesse na violência presente na comunidade. Os adolescentes, por sua vez, revelaram a expectativa de obtenção de prazer no exterior de viverem os aspectos de seu íntimo, que não cabem no interior do grupo primário e, ao mesmo tempo, o receio quanto a um novo lugar social a ocupar. O exterior surgiu, também, como espaço de diferença e de experiência de humilhação social, vivenciada pelos adolescentes como portadores das marcas do estigma ligado a seu grupo e a sua comunidade. Em um movimento inconsciente de oposição às marcas sociais de rebaixamento, os marcos identificatórios de pertencimento dos adolescentes à comunidade foram fortalecidos, destacando-se o papel desta como espaço de continência. Concluímos que os adolescentes encontravam-se no caminho entre assegurarem seu lugar na comunidade como herdeira do vínculo e da identificação com a família e se projetarem para o exterior, como expressão da tentativa de desprenderem-se do vínculo familiar e re-criarem-se
Titre en anglais
Adolescence and the question of separation: from family space to social space
Mots-clés en anglais
Adolescence
Family
Group
Intersubjectivity
Precarious living conditions
Space
Resumé en anglais
Adolescence imposes new requirements on the family who then lives in dread of seeing its boundaries blurred and rubbed out its boundaries between us and the others as well as those framing its different generations. The adolescent's intense process of affiliation to other groups threatens the agreements and alliances made to hold the family group together. The family's containing function is then absolutely necessary to deal with the adolescent's transformations. The adolescent needs to reconsider the separation between himself/herself and primary objects, between his/her Self and the other that need being clearly expressed through his/her outward investment, commitment. He/She needs to find himself/herself a place to be and behave out of the family structure. This research is aimed at analyzing how the question of separation for adolescents impacts their family links, connections and relationship with their living places (home, community). Resulting from its author's questions and observations raised while working with teenagers in precarious living conditions, this study supports the hypothesis that the question of separation is experienced differently by those who have "realized" that their families and groups are socially speaking badly considered. From this perspective, eight group sessions (made up of eleven 15- to 17-year-old adolescents) were conducted according to Pichon-Rivière's operative group framework. In accordance with the psychoanalytic concept of the subject as the "subject of the link", this analysis is based on certain essential notions such as the ones of "unconscious alliance/s" and "collective (or group) narcissism". The interviewed adolescents showed a real effort to reflect on the question of the family's inside and outside that question being parallel to their outward movement. They expressed that their families viewed the outside as a threat to their established alliances, a threat notably embodied by sexuality and by the risk of seeing "their" adolescent take part in the surrounding community's violence. Regarding their own opinion of the outside, those adolescents revealed both their expectation of experiencing pleasure that is the pleasure of getting to know and to experience their intimate, inner aspects, unconceivable within their primary group and the fear of occupying a new social place. The family's outside also turned out to be considered as a space of difference and social humiliation experienced by those teenagers bearing their group's and community's marks. Though through an unconscious movement of opposition to those derogatory marks, the adolescents actually reinforced their community's identificatory traits, thus highlighting the function of the latter, that is to be a containing space. In conclusion, those adolescents were met "half way", both on their way to ensure themselves a place in their community which inherits the link and family identification and to project themselves outwards, as if to "get loose" from the family connection and reconstitute themselves
 
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Date de Publication
2016-11-10
 
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