Esta pesquisa investigou o movimento de ocupações das escolas públicas do Estado de São Paulo por estudantes secundaristas, iniciadas no ano de 2015. O objetivo foi o de analisar as características do movimento no que diz respeito às práticas do cotidiano na escola ocupada, buscando-se estabelecer relações com postulações teóricas referentes a interações sociais baseadas em processos democráticos e de autogoverno. Tais postulações seriam as de John Dewey e Jean Piaget, bem como de Michel Foucault, que aponta para as relações de poder e as possibilidades de resistência, através do governo de si. O método se alinha ao da pesquisa participante e da cartografia, sendo os participantes estudantes secundaristas das duas primeiras escolas ocupadas no estado. Os resultados apontaram para uma atitude crítica do movimento em relação a um sistema educacional (incluindo a atuação do Estado) ancorado em práticas autoritárias, hierárquicas e burocráticas, propondo, em substituição, práticas de autonomia, de liberdade e de governo de si, representadas pelas assembleias, pelo sistema de comunicação em jogral e pela organização geral da ocupação

This research investigated the movement of occupations of public schools in the state of São Paulo by secondary students, started in 2015. The objective was to analyze the characteristics of the movement with regard to daily practices in the occupied school, seeking to establish conexions with theoretical postulations regarding social interactions based on democratic and self-governing processes. Such postulations would be those of John Dewey and Jean Piaget, as well as Michel Foucault, who points to power relations and the possibilities of resistance through self-government. The method is in line with that of participant research and cartography, with participants being secondary students from the first two schools occupied in the state. The results pointed to a critical attitude of the movement in relation to an educational system (including the State's action) anchored in authoritarian, hierarchical and bureaucratic practices, proposing, instead, practices of autonomy, freedom and self- government, represented by assemblies, the system of communication in "jogral" and the general organization of the occupation