A expansão da agricultura é um dos principais propulsores do desmatamento, levando à degradação das comunidades biológicas e aos serviços ecossistêmicos que elas fornecem. No entanto, uma vez que a matriz agrícola permita o uso de recursos e o movimento de espécies, pode reduzir os efeitos negativos da perda de habitat. A remoção de carniça é um dos serviços ecossistêmicos menos estudados, embora seja de suma importância para o ciclo de nutrientes e controle de doenças, e muito menos estudado com uma abordagem de paisagem. Aqui, pretendemos contribuir para essa lacuna de conhecimento avaliando como a comunidade de insetos necrófagos é afetada pela configuração do habitat nativo e tipo de matriz (plantações de café ou pastagens) em 18 locais de amostragem independentes no domínio da Floresta Atlântica Brasileira. Nós estudamos a comunidade de insetos e o serviço de remoção de carcaças usando um modelo de amostragem pareado (dentro da floresta e dentro da matriz agrícola adjacente) através de um gradiente de cobertura florestal. Medimos a riqueza de espécies de insetos, a composição da comunidade e a remoção de carniça, usando iscas de carne colocadas dentro de gaiolas de exclusão e monitoradas ao longo de seis dias. A carniça em cafezais atraiu comunidades mais ricas do que em pastagens para gado, e paisagens com maior fragmentação apresentaram maior riqueza de espécies devido a um componente mais rico de espécies associadas à matriz, enquanto paisagens mais florestadas facilitaram a presença de espécies associadas à floresta. A remoção de carniça foi maior na floresta e nos cafezais do que nas pastagens de gado. A riqueza de espécies apresentou uma relação negativa com a remoção de carniça, sendo as espécies associadas à floresta as principais responsáveis pela prestação do serviço. Assim, paisagens mais florestadas e matrizes menos contrastantes mantêm um alto fornecimento de serviço de remoção de carniça ao conter comunidades compostas por essas espécies mais efetivas no fornecimento deste serviço ecossistêmico

Agriculture expansion is one of the main drivers of deforestation, leading to the degradation of biological communities and the ecosystem services they provide. However, once the agricultural matrix allows resource use and species movement, it may reduce the negative effects of habitat loss. Carrion removal is one of the least studied ecosystem services, albeit its paramount importance for nutrient cycling and disease control, and much less studied with a landscape approach. Here we aim to contribute to this knowledge gap by evaluating how the scavenger insect community is affected by the configuration of native habitat and matrix type (coffee plantations or cattle pastures) across 18 independent sampling sites in the Atlantic Brazilian Forest domain. We studied the scavenger insect community and carrion removal service using a paired sampling design (in-forest and within the adjacent agricultural matrix) across a forest cover gradient. We measured insect species richness, community composition and carrion removal using meat baits placed inside exclusion cages and monitored along six days. Carrion in coffee plantations attracted richer communities than in cattle pastures, and landscapes with higher fragmentation presented higher species richness due to a richer component of matrix associated species, while more forested landscapes harbored the presence of forest-associated species. Carrion removal was higher in-forest patches and coffee plantations than in cattle pastures. Species richness presented a negative relationship with carrion removal, with forest-associated species being the main responsible of carrion removal service provision. Thus, more forested landscapes and less contrasting matrices maintain a high provision of carrion removal service by containing communities composed by those species more effective providing this ecosystem service