O presente estudo teve como objetivo verificar o efeito de restrições no comprimento do passo sobre o desempenho da marcha em adultos e idosos, supondo que: (a) quando submetidos a condições de marcha semelhantes, adultos e idosos apresentam desempenhos similares em alguns parâmetros da marcha; (b) as restrições no comprimento do passo interferem sobre a velocidade de deslocamento e sobre a relação de fase entre braço e perna da mesma forma para adultos e idosos; (c) as restrições no comprimento de passo causam maior impacto sobre a variabilidade das relações de fase entre membro superior nos idosos. Para verificar estas hipóteses, nove adultos jovens e oito idosos foram filmados em três tarefas: marcha regular, aumento de passo e diminuição do passo. As comparações foram feitas em função das seguintes variáveis: velocidade de marcha, cadência, razão entre o comprimento do passo e o comprimento do membro, amplitude de variação angular do tornozelo, amplitude de variação angular do membro superior, relação de fase e variabilidade da relação de fase entre os membros superior e inferior direitos. Os resultados encontrados revelaram que o padrão de marcha dos idosos apresentou-se semelhante ao de adultos em muitos aspectos. As restrições no comprimento de passo levaram a modificações significativas da velocidade de deslocamento para adultos e idosos, sugerindo que parte das modificações relacionadas ao padrão de marcha do idoso estão relacionados à diminuição no comprimento do passo. A coordenação de movimentos, analisada através da relação de fase entre membros superior e inferior direito, mostrou ser influenciada pela tarefa, enquanto a estabilidade da coordenação entre braços e pernas não foi afetada pela restrição do passo. Estes achados comprovam a hipótese formulada inicialmente, de similaridade das características adaptativas entre os dois grupos etários. A interpretação destes resultados permite concluir que: (a) em marcha regular, adultos e idosos apresentaram desempenhos semelhantes; (b) a restrição de comprimento de passo exerceu efeito significativo sobre a velocidade de deslocamento, sobre a amplitude de movimentação do membro superior e sobre a relação de fase entre membro superior e inferior igualmente para adultos e idosos e (c) a amplitude de movimentação do tornozelo e a variabilidade da relação de fase não foram alterados em função da restrição na amplitude do passo.

The main purpose of this study was verifying the effect of step length restrictions on gait performance of young and old aged, assuming that: (a) when submitted to similar gait conditions, young and old aged presents analogous performance in some gait parameters; (b) the step length restrictions intervene on gait velocity an phase relation between arm and leg in the same way for young and old aged; (c) the step length restrictions cause a larger impact on phase relations variability between superior and inferior limbs for old aged. In order to verify these hypothesis, nine young adults and eight old-aged was filmed on three tasks: regular gait, increase on step length and decrease on step length. The comparisons was made to the following variables: gait velocity, cadency, step length and leg length rate, amplitude of ankle angular variation, amplitude of arm angular variation, phase relation and phase relation variability between right superior and right inferior limbs. The results revealed that the old-aged gait pattern was similar to the adult pattern in considerably aspects. Step length restrictions carried to significative changes on gait velocity for young and old aged, suggesting that part of modifications on old people gait pattern are related to decrease on step length. The movement coordination, analyzed by phase relation between right superior and right inferior limbs was influenced by task condition but not the stability of coordination between arm and legs. These findings corroborates the initial hypothesis, about the similarity of the adaptative characteristics between both groups. The interpretation of these results allows concluding that: (a) on regular gait, young and old aged had similar performance; (b) the step length alterations exerted significative effect over gait velocity, amplitude of arm angular variation and phase relations between superior and inferior limbs on the same way for young and old aged; (c) the task condition had no influence over the amplitude of ankle movement neither over variability of phase relations.