A pesquisa investiga temporalidades em dança contemporânea a partir de três aspectos convergentes: o primeiro, de que as temporalidades se tecem em tramas pelo corpo por entendimentos espaçotemporais processados por esquemas cognitivos e experiências sensório-motoras nas trocas com o ambiente de existência. O segundo explora temporalidades pelas seleções, estratégias e organização de dados temporais numa perspectiva coreográfica a partir das referências das obras: Danças Passageiras (2013), Esculturas Breves (2015), Brevidades (2016) e Nó(s) (2016). Nessa confluência, a pesquisa agrega também os parâmetros temporais do movimento, tais como o fluxo, a repetição, o uníssono, a gravidade, a velocidade e a memória, com as obras So blue (2012), Fase: quatro movimentos para a música de Steve Reich (1982), Tempo 76 (2007) e Men Walking Down on the Side of a Building (1970). Os parâmetros temporais do movimento, compreendidos como um prisma de temporalidades, também são brevemente abordados no contexto de curso de dança. O terceiro aspecto engloba os anteriores para observar temporalidades em sua dimensão política, observando questionamentos temporais implicados no mercado cultural e no contexto histórico e sociocultural em que elas são elaboradas. A principal hipótese da pesquisa é que as temporalidades podem viabilizar uma dramaturgia do corpo em dança. O objetivo geral da pesquisa é compreender a ligação entre temporalidades e dança. O objetivo específico é analisar certas noções e estratégias temporais que, além de agirem como tessitura para a criação, permitem dramaturgias de dança. Para isso, são utilizados conceitos promovidos pelos pesquisadores(as) de dança André Lepecki (1997), Christine Greiner (2005), Geisha Fontaine (2004), Helena Katz (2005), Helena Bastos (2017), Laurence Louppe (2012), Maxine Sheets-Johnstone (1966), Rosa Hercoles (2010), entre outros autores. Esse campo teórico permite investigar a questão do tempo em dança pelo desenvolvimento do entendimento de que "temporalidades" correspondem ao processo de composição, organização e estruturação de toda uma concepção coreográfica.

This thesis analyses temporality in contemporary dance from three convergent aspects: the first covers temporalities as intertwined by the body through temporal experiences in environment. The second explores the understanding of temporality by selections, strategies and organization of temporal factors from a choreographic perspective, based on Brazilian dance works: Danças Passageiras (2013), Esculturas Breves (2015), Brevidades (2016) and Nó(s) (2016). In this confluence, the research also incorporates temporal parameters of movement, such as flow, repetition, unison, gravity, velocity and memory, analyzing the works: So blue (2012), Fase: four movements for the music of Steve Reich (1982), Tempo 76 (2007) and Men Walking Down on the Side of a Building (1970). Temporal parameters of movement as an aspect of temporality are also treated within this research in the context of dance course. The third aspect includes temporality on its political dimension, considering that temporal questions implies cultural market and sociocultural context in which they are elaborated.The main hypothesis of this research is that temporality enables a dramaturgy of the body on dance. The general goal of the research is to understand the connection between temporality and dance. The specific goal is to analyze temporal notions which enable the creation and dance dramaturgies. The research may use concepts promoted by dance researchers, such as: André Lepecki (1997), Christine Greiner (2005), Geisha Fontaine (2004), Helena Katz (2005), Helena Bastos (2017), Laurence Louppe (2012), Maxine Sheets- Johnstone (1966), Rosa Hercoles (2010), among other authors. This theoretical field allows us to investigate the issue of time in dance, by developing the understanding that "temporality" corresponds to the process of composition, organization and structuring of a whole choreographic conception.