A descoberta de um raro e desconhecido filme mutoscópio (artefato inédito no Brasil) sobre Santos Dumont - explicando para a câmera e um interlocutor ao seu lado o projeto de um invento - impulsiona esta investigação histórica, conceitual e artística. O filme original de 1901 foi reconstituído a partir das fotografias do carretel de mutoscópio, e foi a base para a realização de um filme experimental no gênero estrutural de reapropriação de material de arquivo. A tese compõe-se de: um relato sobre a pesquisa de identificação da peça; um estudo sobre a companhia produtora Mutoscope e o dispositivo; um levantamento sobre a visualidade cultural em Santos Dumont; relatórios sobre os processos de restauração do filme original e de re/criação do filme experimental; e um ensaio sobre o uso de imagens de arquivo no cinema experimental sob a configuração digital. Assim, a tese articula estes escritos, o filme original restaurado e o novo filme realizado sobre o original. A idéia do dispositivo é um núcleo que, no contexto da modernidade técnica do cinema na virada do século 19/20, revela um objeto ignorado e esquecido de nossa cultura, envolvendo a notável personalidade do inventor brasileiro. Sob a ciência do cinema, o itinerário de achados e encontros navega pelos territórios da história e da poética

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