Diversos países têm direcionado esforços para redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs), acompanhados de medidas de adaptação aos cenários de mudanças climáticas e mitigação de seus efeitos. Ao mesmo tempo, o padrão de crescimento urbano atual tem sido apontado como fator de aumento da ineficiência dos fluxos de matéria e energia nas cidades. Mais especificamente, são encontradas relações entre padrões de uso do solo urbano, o comportamento de viagens da população e a necessidade de utilização de energia para seu deslocamento diário. Deste modo, o presente trabalho volta-se para a avaliação dos efeitos do crescimento urbano disperso na eficiência energética das cidades, especificamente no que tange à eficiência dos deslocamentos intra-urbanos para a realização das principais atividades diárias da população. Deste modo, a presente pesquisa propôs a elaboração de cenários de emissões de GEEs para a cidade de São Carlos (SP) como indicadores de eficiência dos deslocamentos. Foi elaborado um cenário inicial para o ano de 2010 e nove cenários prospectivos (um tendencial e oito alternativos) para 2050, permitindo a comparação entre alternativas de desenvolvimento urbano. As alternativas variaram em relação aos fatores de dispersão e compactação da área urbana; concentração e homogeneização da distribuição espacial das atividades (atratores de deslocamento) e dos locais de moradia da população (geradores de deslocamento); e alterações nas escolhas entre os modos de transporte pela população. O cenário representativo das tendências de dispersão observadas atualmente apresentou um aumento de 135,6% das emissões em relação a 2010. Como mais eficiente, o cenário com distribuição mais compacta das moradia, distribuição mais homogênea dos locais de realização das atividades, a população opta por residir em locais mais próximos aos locais de trabalho e estudo e o transporte coletivo é mais utilizado que o individual, apresentou uma quantidade de emissões 74,89% menores que o cenário tendencial e 40,9% menores que o cenário para 2010. Os níveis de emissões calculados para a cidade de São Carlos, ainda que relativamente baixos quando considerados de modo isolado, demonstram a relevância de se levar em conta a eficiência energética no planejamento da rede urbana de transportes e, mais ainda, no planejamento das formas e arranjos espaciais da cidade.

Many countries have spent efforts to reduce Greenhouse Gases (GHGs) emissions, together with strategies of adaptation to new scenarios of climate changes and mitigation of its effects. At the same time, the pattern of growth of the cities, known as urban sprawl, has been reported as associated to the increase of inefficiency of flows of matter and energy in the cities. More specifically, relationships between patterns of urban land use, travel behavior of the population and the need to use energy for your daily commute are found, specifically with respect to the efficiency of intra-urban displacement to perform the daily activities of the population. Therefore, this research proposed the elaboration of scenarios of GHG emissions for the city of São Carlos (SP) as indicators of efficiency of displacement. An initial scenario for the year 2010 and nine prospective scenarios (one trend and eight alternative) to the horizon of 2050 were prepared, allowing the comparison of alternative urban development. Alternatives varied according to the scatter and compacting factors of the urban area; concentration and homogenization of the spatial distribution of activities (displacement attractors) and dwelling places of the population (displacement generators); and changes in choices between modes of transport by population. The scenario representative of the dispersion trends currently observed increased by 135.6% emissions compared to 2010 As the most efficient, the scenario with more compact distribution of housing, more homogeneous distribution of the local of activities, the population chooses to reside in closer to places of work and study and the local public transportation is more used than the individual, presented an amount of 74.89% lower emissions than the trends scenario and 40.9% lower than the scenario for 2010. Although the emissions levels calculated to the city of São Carlos are considered low when compared with other cities, the study shows the relevance of considering the energy efficiency in the urban transport system planning and, moreover, in the planning of urban arrangements.