Introdução: O sangramento agudo em neoplasias de cabeça e pescoço é uma condição potencialmente fatal e que requer manejo imediato. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia da embolização endovascular neste contexto, correlacionando os achados angiográficos com a escolha da estratégia terapêutica endovascular. Metodologia: Foram coletados, retrospectivamente, os dados de todos os pacientes submetidos à embolização endovascular no contexto do tratamento de complicações hemorrágicas relacionadas a neoplasias cervicais do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Foram analisados dados relativos às características demográficas, de neuroimagem, aspectos técnicos dos procedimentos endovasculares, taxas de sucesso e desfechos clínicos. A análise estatística dos dados obtidos foi realizada essencialmente por métodos de estatística descritiva. Resultados: Cinquenta e um pacientes foram submetidos à embolização endovascular no período estudado, com controle imediato do sangramento em todos os casos. Após a primeira embolização, a média de sobrevida foi de 132.5 dias (variando de 2 a 1000 dias, DP=195) e o tempo médio de internação de 7.4 dias (variando de 1 até 63 dias, DP=11,25). Observamos que os achados angiográficos representam fator importante na escolha da estratégia endovascular. A presença de realce vascular tumoral está associada a um aumento no uso de micropartículas (p<0,001) e na associação desta ao NBCA (p=0,002). Em três casos foram observadas complicações, porém sem repercussões clínicas significativas. Conclusão: A embolização endovascular representa método seguro e eficaz para o controle dos sangramentos tumorais agudos da região da cabeça e pescoço. Os achados angiográficos são fundamentais para a escolha da estratégia terapêutica endovascular, com importante impacto sobre os resultados obtidos.

Background: Acute bleeding in cancer of the head and neck is a life-threatening condition that requires immediate action. The aim of this study is to evaluate the efficacy of endovascular embolization in the management of this situation and to correlate the angiographic findings with endovascular treatment strategies. Methods: Data were retrospectively collected from patients who underwent endovascular embolization after head and neck cancer acute bleeding. We analyzed data on demographic characteristics, neuroimaging, technical aspects of endovascular procedures, success rates, and clinical outcomes. Statistical data analysis was performed using descriptive statistical methods. Results: Fifty-one patients underwent endovascular embolization during the study period with immediate bleeding control in all cases. After the first embolization, the median survival was 132.5 days (range 2 to 1000 days), and the median hospitalization period was 7.4 days (range 1 to 63 days). We found that the angiographic findings are an important predictor for the choice of embolization strategy. The presence of a tumor blush in digital subtracted angiography is associated with increased use of microparticles (p<0,001) as well as microparticles plus N-butyl cyanoacrylate (NBCA) (p=0,002). Complications were observed in three cases without significant clinical consequences. Conclusion: Endovascular embolization is a safe and effective method for the control of acute bleeding in head and neck cancer. The angiographic findings are critical in choosing the endovascular therapeutic strategy and significantly impact the results.