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Tesis Doctoral
DOI
https://doi.org/10.11606/T.17.2019.tde-19102018-103322
Documento
Autor
Nombre completo
Emerson Henklain Ferruzzi
Dirección Electrónica
Instituto/Escuela/Facultad
Área de Conocimiento
Fecha de Defensa
Publicación
Ribeirão Preto, 2018
Director
Tribunal
Fernandes, Regina Maria Franca (Presidente)
Cendes, Fernando
Leite, João Pereira
Leon, Soniza Vieira Alves
Velasco, Tonicarlo Rodrigues
Título en portugués
Perfil do paciente epiléptico indígena da aldeia Jaguapirú, na região de Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil
Palabras clave en portugués
Classificação
Epidemiologia
Epilepsia
Etiologia
Índio
Tratamento
Resumen en portugués
Introdução: A epilepsia é um transtorno neurológico que afeta 50 milhões de pessoas no mundo, mais comum em países de baixa renda. No Brasil, estima-se sua prevalência em 2 milhões de indivíduos com epilepsia crônica ativa, dentre os quais, no mínimo, meio milhão teriam crises epilépticas não controladas. Em 2001, Borges et al., estudando epilepsia na população indígena do Mato Grosso, índios Bakairi, encontraram prevalência de 12,4/1000 habitantes (9 pacientes no total). Objetivo: 1-Estudo sobre a epilepsia na população indígena da aldeia Jaguapirú, no município de Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil, com investigação por eletroencefalograma (EEG) e neuroimagem, ou exames laboratoriais, se necessários. 2- Identificação de eventos paroxísticos não-epilépticos e fatores de risco associados ao desenvolvimento de epilepsia nesta amostra populacional. Metodologia: Após aprovações dos órgãos reguladores e consentimento das autoridades da aldeia Jaguapirú, foi realizado estudo transversal com aplicação de questionário de triagem das famílias residentes na aldeia visitadas por agentes de saúde, com o objetivo de identificar história de crises epilépticas e de epilepsia nesta subpopulação. Os pacientes selecionados como positivos foram submetidos a anamnese e exame físico feitos por neurologista, além de EEG e Tomografia (CT) de crânio, solicitados para todos, e/ou RM de crânio. Foi classificada a síndrome epiléptica e os casos de eventos paroxísticos de origem não epiléptica. Em paralelo, foi realizado estudo tipo caso-controle incluindo pacientes com questionário de triagem negativo para epilepsia, submetidos ao mesmo protocolo, para comparação com o grupo de pacientes, quanto a características sociodemográficos e fatores de risco Resultados: Foram entrevistados 2994 indígenas, 1557 (52,0%) do sexo feminino, com idades variando entre 0 e 98 anos e média de 21,3 anos. Em 71 indivíduos, foi encontrada alguma síndrome epiléptica, com confirmação do diagnóstico de epilepsia em 49 (1,6% da amostra populacional) e de uma síndrome epiléptica autolimitada, em 22 (13 casos de convulsão febril e 9 de crises isoladas na vida). Epilepsia focal foi caracterizada em 35 pacientes (71,4% do grupo de 49 epilépticos), generalizada, em 3 (6,1 %) e indeterminada se focal ou generalizada, em 11 (22,4%). Dentre as epilepsias focais, houve 2 casos de síndromes idiopáticas, respectivamente, do lactente e da infância. As demais compreenderam epilepsias focais sintomáticas ou provavelmente sintomáticas, sendo 19 casos de origem temporal (38,7%), 6 frontais (12,2%), 3 multifocais (6,1%), 2 parietais (4,0%) e 3 de origem não definida. As epilepsias generalizadas foram 2 casos idiopáticos com crises tônico-clônicas e 1 de epilepsia mioclônica juvenil (EMJ). A etiologia foi indeterminada em 41 casos (83,6%), sendo o traumatismo craniano, a encefalopatia hipóxico-isquêmica e malformações, vascular e cortical, as demais causas. Nosindígenas não portadores de epilepsia, 82 questionários de triagem foram positivos em decorrência de eventos paroxísticos de origem não epiléptica, predominando entre estes as crises de natureza psicogênica e a síncope. O grupo controle incluiu 84 indivíduos e, na comparação com os grupos de epilépticos e de convulsão febril, foram observadas diferenças significativas quanto ao gênero (predomínio do sexo feminino nos controles), à idades, média e mediana, (maior nos controles) e à classe socioeconômica (C2, predominante nos controles; D e E, nos demais), tendo havido predomínio significativo de retardo no desenvolvimento neuropsicomotor entre os epilépticos (p=0,045). O EEG (231 registros nos 5 anos de estudo / 2 a 4 por paciente portador de epilepsia) contribuiu para a definição do tipo de epilepsia em 24 pacientes (48,9%), 23 epilépticos focais e 1 com EMJ, sendo normal em 22 (44,8%). A ocorrência de "cluster" de crises foi identificada em 21 (42,8%) dos pacientes e status epilépticos em 14 (28,5%), tendo havido associação significativa entre o antecedente de "cluster" e a ocorrência de status (p<0,001). Apenas 11 pacientes realizaram os exames de neuroimagem solicitados no período. Quarenta e três (87,7%) pacientes se beneficiaram do tratamento com fármaco antiepilépticos (FAE), de primeira geração e em monotropia, tendo remissão ou melhora das crises: remissão completa em 16 (32,6%) e melhora na morbidade ou frequência das crises, em 27 (55,1%). A epilepsia inativa foi considerada em 9 (18,3%), dos 49 pacientes. Conclusão: A prevalência de epilepsia na amostra da população indígena brasileira estudada foi de 1,6%, similar à da população nacional, sendo mais frequente a epilepsia focal e, nesta, a de origem temporal, com apenas 3 casos de epilepsia generalizada idiopática. A prevalência aproximada de convulsão febril foi de 0,4%, taxa inferior à da população geral, o que pode decorrer da natureza transversal do estudo. Observou-se ótima resposta terapêutica aos FAE de primeira geração e em monoterapia. O atraso no desenvolvimento neuropsicomotor foi achado relacionado à epilepsia e a presença de "cluster" de crises relacionou-se com presença de status epiléptico no curso da epilepsia. Entre os eventos de natureza não epiléptica, prevaleceu a crise psicogênica, seguida pela síncope.
Título en inglés
Profile of the indian epileptic patient of the Jaguapirú village, in the region of Dourados, Mato Grosso do Sul, Brazil
Palabras clave en inglés
Classification
Epidemiology
Epilepsy
Etiology
Indian
Treatment
Resumen en inglés
Introduction: Epilepsy is a neurological disorder that affects 50 million people worldwide, most common in low-income countries. In Brazil, its prevalence is estimated in 2 million individuals with active chronic epilepsy, among which at least half a million would have uncontrolled epileptic seizures. In 2001, Borges et al., Studying epilepsy in the indian population of Mato Grosso, Bakairi Indians, found a prevalence of 12.4 / 1000 inhabitants (9 patients in total). Objective: 1-Study on epilepsy in the indian population of the Jaguapirú village, in the city of Dourados, Mato Grosso do Sul, Brazil, with electroencephalogram (EEG) and neuroimaging, or laboratory tests if necessary. 2- Identification of non-epileptic paroxysmal events and risk factors associated with the development of epilepsy in this population sample. Methodology: After approvals of the regulatory bodies and consent of the Jaguapirú village authorities, a cross-sectional study with a screening questionnaire was applied to families living in the village monitored by health agents, with the objective of identifying the history of seizures and epilepsy in this subpopulation. The patients selected as positive were submitted to anamnesis and physical examination done by a neurologist, in addition to EEG and CT of the skull, requested for all, and / or MRI of the skull. Epileptic syndrome and cases of paroxysmal non-epileptic events were classified. In parallel, a case-control study was conducted, including patients with a negative screening questionnaire for epilepsy, submitted to the same protocol, for comparison with the group of patients, regarding socio-demographic characteristics and risk factors Results: A total of 2994 natives were interviewed, 1557 (52.0%) female, with ages ranging from 0 to 98 years and mean of 21.3 years. In 71 individuals, some epilepsy syndrome was found, with confirmation of the diagnosis of epilepsy in 49 (1.6% of the population sample) and a self-limited epileptic syndrome in 22 (13 cases of febrile convulsion and 9 isolated seizures in the life). Focal epilepsy was characterized in 35 patients (71.4% of 49 epileptics), generalized in 3 (6.1%) and undetermined focal or generalized in 11 (22.4%). Among the focal epilepsies, there were 2 cases of idiopathic syndromes, respectively, of infants and infants. The others included focal or symptomatic focal epilepsies, with 19 cases of temporal origin (38.7%), 6 frontal (12.2%), 3 multifocal (6.1%), 2 parietal (4.0%) and 3 of undefined origin. Generalized epilepsies were 2 idiopathic cases with tonic-clonic seizures and 1 juvenile myoclonic epilepsy (JME). The etiology was undetermined in 41 cases (83.6%), with cranial trauma, hypoxic-ischemic encephalopathy and vascular and cortical malformations, the other causes. In the non-epileptic Indians, 82 screening questionnaires were positive due to paroxysmal events of non-epileptic origin, predominantly psychogenicseizures and syncope. The control group included 84 individuals and, in comparison with the epileptic and febrile seizure groups, significant differences were observed regarding gender (predominance of females in controls), ages, median and median (higher in controls) and (C2, predominant in the controls, D and E, in the others). There was a significant predominance of neuropsychomotor retardation among epileptics (p = 0.045). EEG (231 records in the 5 years of study / 2 to 4 per patient with epilepsy) contributed to the definition of the type of epilepsy in 24 patients (48.9%), 23 focal epileptics and 1 with JME, being normal in 22 (44.8%). The occurrence of cluster of seizures was identified in 21 (42.8%) patients and status epileptics in 14 (28.5%), and there was a significant association between the antecedent cluster and the occurrence of status (p <0.001). Only 11 patients underwent the neuroimaging tests requested in the period. Forty-three (87.7%) patients benefited from antiepileptic drug therapy (SAF), first-generation monotherapy, remission or improvement of seizures: complete remission in 16 (32.6%) and improvement in morbidity or frequency of seizures in 27 (55.1%). Inactive epilepsy was considered in 9 (18.3%) of the 49 patients. Conclusion: The prevalence of epilepsy in the sample of the Brazilian indian population studied was 1.6%, similar to that of the Brazilian population, with focal epilepsy being the most frequent and, in this case, temporal origin, with only 3 cases of generalized idiopathic epilepsy. The approximate prevalence of febrile seizure was 0.4%, a rate lower than that of the general population, which may be due to the transversal nature of the study. An optimal therapeutic response was observed for first generation AEDs and monotherapy. Neuropsychomotor delay was finding related to the group of epileptic patients and the presence of cluster of seizures was significantly related to the occurrency of status epilepticus in epileptic patients. Among the events of non-epileptic origin, there was a predominance of psychogenic seizures followed by syncope.
 
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Fecha de Publicación
2019-08-13
 
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