Este trabalho relaciona-se à forma urbana, mas não sob a ótica do urbanismo ou do planejamento urbano em stricto sensu: relaciona-se a uma maneira de ver a cidade através dos seus sistemas de espaços livres, onde a paisagem assume o papel de uma "lente" pela qual é lida a cidade contemporânea, indicando meios para sua configuração. Neste contexto, a Arquitetura Paisagística enquanto disciplina e atividade profissional constitui-se como o conjunto de teorias, conceitos e métodos que tornam esta "lente" operacional. O objetivo deste trabalho, portanto, é recuperar o sentido da adoção de fundamentos do projeto e planejamento paisagístico em qualquer tipo de desenvolvimento, crescimento e gestão de cidade, considerando que os espaços livres, dentre eles ruas, rios, áreas de preservação, praças, parques são os sistemas estruturais que moldam a paisagem urbana. Este trabalho aborda ainda os diferentes agentes que participam deste dinâmico processo de configuração da paisagem, e demonstra que a falta de planejamento e diretrizes de projeto tem como resultado a fragilização e a fragmentação da forma urbana. A legislação, um dos únicos instrumentos de fato operativos, em grande escala, assume o papel principal de mediador e ordenador dos diferentes interesses, e isoladamente não se mostra apropriada para tal fim. Neste sentido, a hipótese central que guia esta tese é a de que o resgate do conceito estrutural do Sistema de Espaços Livres - SEL na paisagem urbana é essencial para uma nova abordagem de planejamento e projeto de cidades. Como estudo de caso, foi escolhida a cidade planejada de Umuarama-PR, que entre o seu plano inicial e as novas áreas de expansão, possibilitou a análise comparativa de dois momentos distintos do processo de formação e de gestão do sistema de espaços livres e sua relação com a forma urbana.

This paper is related to urban morphology, but not upon the Urban Design view or the Urban Planning in stricto sensu; instead, it is related to a way of viewing the city through its open spaces systems, where the landscape turns into lens through which the contemporaneous city is read, pointing out ways for its configuration. In this context, the Landscape Architecture as a subject and professional activity is the set of theories, concepts e methods that make these "lens" being operational. So, this paper objective is to bring back the meaning of the adoption of fundaments of Landscape design and planning in any kind of development, growth and management of a city, by taking into consideration that the open spaces, such as streets, rivers, which shape the urban landscape. This paper also mentions the diferente agents which take part in this dynamic configuration of landscape process, and it shows that the lack of planning and guideline of a project results in a urban space fragility and fragmentation. The legislation, one of the only tools which is really operative in a large scale, takes the main role of mediator and organizer of different interests, and it does not show itself to be fit for this purpose. In this sense, the central hypothesis that guides this theory is that the bailout of the structural concept of the open system spaces in the urban landscape is essential for a new approach of planning and designning cities. The planned city of Umuarama - PR was chosen as a case preservation areas, squares, parks are the structural systems study, which between its original plan and the new areas of expansion, made possible the comparative analysis of two distinct moments of its open spaces system and its relation with the urban form.