As grandes metrópoles, por possuírem melhores oportunidades de emprego e de estudo, tornaram-se o destino preferido de jovens que buscam sua qualificação, assim como ofertas de trabalho, em sua transição para a fase adulta. Nesse contexto, São Paulo recebe essas pessoas que se deslocam para a capital, muitas vezes apenas com malas, pequenos objetos pessoais e dispositivos digitais. É uma geração pertencente à chamada "sociedade em rede" (CASTELLS, 2000), caracterizada pelo compartilhamento de informações, fluência na linguagem digital e vivência em um "território dos fluxos" (MITCHELL, 2008). Ratto e Ree (2012) apontam para uma nascente e poderosa materialização da informação capitaneada por essa geração, na qual a combinação de tutoriais on-line e de acesso a componentes eletrônicos e a novas tecnologias de fabricação torna possível o design, o desenvolvimento e a manufatura de artefatos físicos. Como alternativa escolhida para guiar esta pesquisa foram eleitos os livros Nomadic Furniture e Nomadic Furniture 2, dos autores James Hennessey e Victor Papanek, e Nomadic Furniture 3.0 New Liberated Living?, dos autores Mertina Fineder, Thomas Geisler e Sebastian Hackenschmidt. Juntas essas três obras criam um panorama sobre os contextos mais importantes da cultura dos móveis desmontáveis e compactáveis ao qual este estudo busca dar sequência, tendo em vista o pensamento reflexivo sobre o contexto encontrado nos Fab Labs Livres SP e em lojas físicas, entre os anos 2017 e 2019, período de desenvolvimento da pesquisa e da bibliografia consultada. Diante dessa realidade, esta dissertação de mestrado busca refletir sobre as questões projetuais relacionadas à criação e fabricação, utilizando tecnologias digitais, de peças de mobiliário residencial, desmontáveis e compactáveis adequadas para o lar de jovens, entre 15 e 24 anos, que estão em situações de constantes deslocamentos territoriais com mudança de casas, cidades e estados. Esses artefatos são desenvolvidos por seus próprios usuários, que, neste caso, assumem o papel de prosumers, dentro da lógica do movimento Do-It-Yourself (DIY), realidade esta possível e em crescimento dentro dos doze Fab Labs Livres criados e disponibilizados pela Prefeitura de São Paulo.

Big cities, because they have better employment opportunities and study, have become preferred destinations for young people seeking skills and good job opportunities to transition into adulthood. In this context, the city of São Paulo receives these people who travel to the capital, often only with bags, small personal objects and digital devices. It is a generation belonging to the so-called "network society" (CASTELLS, 2000), characterized by the sharing of information, fluency in the digital language and living in a "territory of flows" (MITCHELL, 2008). Ratto e Ree (2012) point to a nascent and powerful materialization of information captained by this generation, in which the combination of online tutorials, access to electronic components, and new manufacturing technologies make it possible to design, develop, and manufacture physical artifacts. As an alternative chosen to guide this research were the books Nomadic Furniture, Nomadic Furniture 2 of the authors James Hennessey e Victor Papanek and Nomadic Furniture 3.0 New liberated living? of the authors Mertina Fineder, Thomas Geisler e Sebastian Hackenschmidt, together, these three works provide an overview of the most important contexts of the culture of demountable and compactable furniture, from which this study seeks to follow through the Brazilian scenario found between the years 2017 and 2019. Considering the reflexive thinking about the context found in Fab Labs Livres and in physical stores and in the consulted bibliography. Faced with this reality, this master's research seeks to reflect on the design issues related to the creation and manufacturing, using digital technologies, of pieces of residential furniture, demountable and compactable suitable for the home of young people between 15 and 24 years old who are in situations of constant territorial displacements with changes of houses, cities and states. These artifacts are developed by their own users, who in this case assume the role of prosumers, within the logic of the Do-It-Yourself movement (DIY), a reality that is possible and growing within the twelve Fab Labs Free created by the Prefecture of Sao Paulo.