Existe uma polêmica sobre qual deve ser o papel social das empresas. De um lado, considera-se que a responsabilidade de seus gestores é maximizar os resultados em favor de seus acionistas e proprietários e, de outro, que a ação social empreendida pelas empresas traz benefícios à sociedade e também a seus stakeholders. Além disso, alguns autores admitem, inclusive, que não basta seguir as leis e pagar os impostos, mas também ter atitudes éticas e filantrópicas. Essa dissertação é um estudo empírico, de caráter exploratório, que objetiva identificar a existência de relações significativas entre o desempenho financeiro das empresas e o seu nível de investimento em ações de responsabilidade social. A pesquisa envolveu a análise de uma amostra de 897 balanços sociais publicados pelo IBASE no período de 2000 a 2004, por 298 empresas de diversos portes, nacionais e multinacionais, que atuavam no Brasil. Estudos científicos que buscam identificar relacionamentos entre ação social empresarial e seu impacto sobre o desempenho financeiro têm procurado responder, mas ainda não encontraram uma resposta definitiva para essa questão. Algumas dessas pesquisas foram abordadas na revisão bibliográfica demonstrando que o tema ainda carece de mais investigação. O presente estudo avaliou esse relacionamento sob várias condições: influência da situação financeira de lucro ou prejuízo das empresas, setor de atuação, seu porte e a conjuntura econômica e social em que elas operaram, refletida no ano de publicação de seu balanço social. O resultado da análise encontrou significância estatística que confirmou algumas das pesquisas científicas publicadas e também apresentou resultados que responderam questões em aberto de outras pesquisas sobre o mesmo tema. Portanto, apesar da dificuldade natural de percepção integrada dos resultados dos 68 modelos matemáticos envolvidos no estudo, as conclusões são uma oportuna contribuição científica ao tema.

There is a polemic about which should be the social role of companies. At one side, it is considered that the managers' responsibility is to maximize the results for stockholders and owners, and at the other, the social action undertaken by companies to bring benefits to the society and also to the stakeholders. Besides, some authors admit that is not enough to abide to the laws and to pay taxes, but the firm must also have ethical and philanthropical attitudes. This dissertation is an empiric study, of exploratory nature, aiming at identifying the existence of significant relationships between financial performance of the companies and their investment level in social responsibility. The research involved the analysis of a sample of 897 social accounts published by IBASE in the period of 2000 to 2004, by 298 companies of several sizes, owned by national and multinational capital and operating in Brazil. Scientific studies that seek to identify relationships between managerial social action and their impact on the financial performance have searched to answer this question, but they did not find a definitive answer yet. Some of these researches were mentioned in the bibliographic revision demonstrating that the theme still needs more investigation. The present study evaluated this relationship under several conditions: companies having profit or loss, the business sector where they act, the firm size and the economic and social conjuncture in which they operated, reflected in the year of publication of their social accounting. The result of this analysis found statistical significance that confirmed some of the published scientific researches and also presented original results that answered open matters of other researches about the subject. Therefore, although the natural difficulty of integrated perception of the results of 68 mathematical models involved in the study, the conclusions are an opportune scientific contribution to the theme.