A questão da saúde é um problema central e ganha destaque na inédita onda de protestos ocorridos em 2013 no país. Isso é ocasionado pelas deficiências de atendimento do Sistema Único de Saúde, utilizado por cerca de 80% dos brasileiros, e pela regulação para soluções privadas. Entretanto, há iniciativas, chamadas de negócios sociais, que utilizam mecanismos de mercado para que as pessoas tenham acesso a medicamentos, tratamentos médicos e odontológicos. Esses empreendimentos atuam na busca por bons resultados financeiros e pelo atendimento de alta qualidade à população carente. Entretanto, os objetivos não são alcançados facilmente, principalmente pela necessidade de monitorar a geração de valor social. Este estudo tem o objetivo de identificar como os negócios sociais na área da saúde lidam com as métricas, principalmente em relação ao impacto social. Foram entrevistados quatro negócios sociais e duas organizações de apoio para entender como essa questão foi abordada e quais foram as principais barreiras. Foi constatado que pouco é feito na análise de impacto, uma vez que o foco das empresas está voltado para a sustentabilidade financeira. Por meio da pesquisa, fica clara a importância da interação com os atores do ecossistema, que contribuem na superação de barreiras e dificuldades na gestão de métricas e, assim, melhoram a avaliação de indicadores. Pelo estágio da gestão de indicadores e pela formação recente desse ecossistema, ainda é precipitado dizer quais serão as consequências da falta de atenção a essas métricas, além de precisar sobre como torná-las ferramentas efetivas de decisões estratégicas - ponto que deverá ser aprofundado em futuras pesquisas.

The health issue is a central problem and gain prominence in the unprecedent wave of 2013 protests around the country. This is caused by deficiencies in the Public Health Care System, used by about 80% of all Brazilians, and by the regulation for private solutions. However, there are initiatives, called social enterprises, which use market tools for people to have access to medicines, medical and dental care. These actions seek good financial results and provide high-quality care to the poor population. The goals are not easily achieved mainly by careful measurement and generation of social value. This study aims to identify how social businesses in healthcare deal with the metrics especially in related to social impact. Four social businesses and two social support organizations representatives were interviewed to understand how these issues were addressed and what the main barriers were. It was noted that little has been done on the impact analysis, since the focus of the companies is facing the financial sustainability. Through research, the interaction with the ecosystem performers is clearly important, contributing to overcoming barriers and difficulties in managing metrics and thus might improve the indicator evaluation. According to the pace of management indicators and the recent formation of this ecosystem it is still too early to say what could be the consequences of the lack of attention to these metrics, also about how to turn them into effective tools for strategic decisions. This topic should be better explored in future research.