No presente estudo, salienta-se a necessidade por um referencial teórico destinado à compreensão de um fenômeno empírico recorrente no mundo real: as formas plurais de governança. Mais especificamente, ressalta-se a incapacidade da ECT em explicá-las. Essa limitação, aliada à ausência de um consenso teórico relativo à opção pelas formas plurais, motivaram o desenvolvimento do presente estudo, cujo principal objetivo consiste da exposição de uma nova abordagem relativa ao estudo das formas plurais de governança. Particularmente, pretende-se determinar a influência dos custos de informação quando da configuração dessas formas organizacionais. A abordagem teórica utilizada no presente estudo baseia-se na hipótese de que as firmas selecionariam simultaneamente duas ou mais das três tipologias organizacionais definidas por Williamson (1985) como um instrumento de monitoramento e incentivo, destinado à redução de assimetrias de informação, tanto no âmbito hierárquico quanto naquele contratual. Assim, desenvolve-se um modelo conceitual de decisão, didaticamente segmentado em duas etapas. Na primeira etapa, propõe-se que as formas plurais sejam motivadas pela existência simultânea de vantagens de custos de produção no mercado e de elevados custos de mensuração (BARZEL, 1982). Já na segunda, propõe-se a ocorrência de um tradeoff entre os custos de mensuração e os de agência, o que determinaria o grau ótimo de integração verical no contexto das formas plurais. Como objeto empírico, apresenta-se o caso da empresa Korin, que é interessante, pois a sua cadeia produtiva é caracterizada pela presença das formas plurais, tanto na produção quanto na distribuição de diversos produtos. Além disso, cada um dos produtos analisados - tomate, ovos e milho verde - apresenta diferentes arranjos organizacionais na governança de sua produção, na medida em que seus processos de produção requerem particularidades distintas. A análise empírica deste caso corrobora a primeira etapa do modelo conceitual apresentado no presente estudo, embora não permita avaliar o tradeoff entre os custos de agência e de mensuração e nem a existência de um grau ótimo de integração vertical. Independentemente das limitações apresentadas pelo presente trabalho, ele certamente constitui mais um avanço das teorias da firma em direção ao campo das formas plurais.

In this paper, it is highlighted the need for a theoretical framework aimed at understanding an empirical phenomenon that is recurrently observed in the real world: the plural forms of governance. More specifically, it is emphasized TCE's inability to explain them. This limitation, along with the absence of a theoretical concensous relative to the choice of a plural form, motivated the development of this study, whose main objective is that of exposing a new approach to the study of the plural forms of governance. In particular, it is intenteded to determine the influence of information costs on the configuration of those organizational forms. The thoeretical approach that is used in the present paper is based on the hypothesis that firms would simultaneously select two or more of the organizational forms defined by Williamson (1985) as a monitoring device and to proportion incentives aimed at reducing information asymmetries, both within the hierarchy and in contractual relations. Thus, a conceptual decision model is developed and diditically segmented into two steps. In the first step, it is proposed that plural forms are motivated by the simultaneous existence of production cost advantages at the marketplace and high measurement costs (BARZEL, 1982). Whereas in the second, a tradeoff between measurement and agency costs is proposed, determining the optimal vertical integration degree in the context of plural forms. As empirical object, we present the case of Korin company, which is interesting because its production chain is characterized by the presence of plural forms both when producing and distributing various products. In addition, each of the analysed products- tomato, eggs and corn - presents different organizational arrangements in the governance of its production, to the extent that their production processes require different particularities. The empirical analysis of this case supports the first stage of the conceptual model presented in this study, although ramaining unable to assess the tradeoff between agency and measurement costs, as well as the existence of an optimal vertical integration degree. Regardless of the limitations presented by this work, it certainly constitutes an advance of theories of the firm into the field of plural forms.