This thesis is divided into three parts. The first part deals with the issue that in a political environment wherein the development of a political career may encompass frequent transitions between offices, it is usually unclear how winning a given position may ultimately affect subsequent electoral performances and career formation. We exploit regression discontinuity designs in Brazilian elections to estimate the electoral advantage derived by incumbents of various positions both when running for reelection to the same held position, and when trying to win a different elective office. Then, we document that incumbency in legislative offices at state and federal levels is associated with a strong positive effect on the probability of winning the same position in the following election, whereas officeholders in diverse branches of local government do not appear to benefit electorally from their incumbency status and may even be harmed by it when they have relatively little political experience. Moreover, we find that state deputies also receive an incumbency advantage when running for the position of federal deputy, and that such a cross-office effect, along with all incumbency effects on winning the same position, is not due to selection into candidacy. Aside from the transition from state deputy to federal deputy, however, incumbents of any position tend to be less likely than their defeated counterparts to run for, and win, other positions. In the second part, we investigate whether incentive-compatible clientelistic transactions may be sustained through the observation of voters' party-affiliation status by politicians. We argue that since affiliation consists of an instance of public demonstration of support for a given party, vote-buying attempts by parties may be made more effective by targeting voters that are (or in order for them to become) affiliated to them. Using electoral and demographic data on Brazilian municipalities, we find that voters affiliated to parties in the municipal coalition of the Workers' Party are significantly more likely to start receiving benefits from the Bolsa Família program upon the incumbency of a party in that coalition. We also investigate political determinants of party affiliation and find that while partisan incumbency at the local level appears to affect affiliation only in restricted situations, the provision of payments from the Bolsa Família has a robust positive effect on affiliation. Lastly, the third part investigates the extent to which teachers with strong partisan stances are capable of influencing electoral outcomes through shaping their students' voting behavior. We address this question by exploiting unique datasets on party-affiliated voters and on public high school teachers in the state of São Paulo, Brazil---through which we are able to identify teachers' political affiliations. Along with such information, we also make use of very rich datasets on election results and voter characteristics to explore the relationship between the density of affiliated teachers in a given region and electoral outcomes observed for that region. To overcome endogeneity issues such as that of selection in the assignment of teachers to schools and of voters to polling places, for instance, we explore the varying intensity of the hypothesized effect according to electorate characteristics at the polling station level, a very specific site within the polling district to which voters and teachers are suggested not to be able to select themselves. Our results are suggestive of a positive and significant effect of the presence of affiliated teachers on the electoral performance of the corresponding party, especially in elections based on plurality voting systems. However, our evidence also indicates that such an effect is more relevant for (and possibly restricted to) teachers affiliated to the Workers' Party, and that these teachers appear to be altering political

Esta tese se divide em três partes. A primeira parte lida com a questão de que, em um ambiente político em que o desenvolvimento de uma carreira política possa envolver frequentes transições entre cargos, não se tem claro como a ocupação de uma dada posição eletiva pode fundamentalmente influenciar o desempenho eleitoral subsequente e a formação de uma carreira pelos políticos. São exploradas regressões descontínuas baseadas em eleições brasileiras com o intuito de se estimar o impacto eleitoral de ser o mandatário experimentado por políticos tanto ao concorrerem à reeleição ao cargo que ocupam, quanto ao disputarem outro cargo eletivo. Documenta-se, então, que a incumbência de cargos legislativos aos níveis estadual e federal encontra-se associada a um expressivo efeito positivo sobre a probabilidade de vitória da disputa seguinte pelo mesmo cargo, ao passo que mandatários de governos locais não aparentam ser eleitoralmente beneficiados por tal status, podendo ainda ser prejudicados por tal condição no caso de exibirem pouca experiência política. Além disso, verifica-se que deputados estaduais também usufruem de uma vantagem eleitoral da incumbência ao disputarem o cargo de deputado federal, e rejeita-se que tal efeito, bem como os impactos sobre a probabilidade de ser reeleito a um mesmo cargo, seja devido à seleção em novas candidaturas. À exceção da transição do cargo de deputado estadual para o de deputado federal, no entanto, mandatários de qualquer cargo tendem a ser menos propensos do que seus homólogos derrotados a se candidatar e a vencer eleições para outros cargos. Na segunda parte, investigamos se transações clientelistas podem ser sustentadas através da observação, por parte de partidos políticos e candidatos, do status de filiação partidária dos eleitores. Argumenta-se que, sendo tal filiação um exemplo de demonstração pública de apoio a um partido, tentativas de compra de voto por partidos podem se tornar mais eficazes quando direcionadas a eleitores que sejam filiados, ou no intuito de que venham a sê-lo. Por meio do emprego de dados eleitorais e demográficos acerca de municípios brasileiros, observa-se que eleitores filiados a partidos das coligações municipais do Partido dos Trabalhadores são significativamente mais propensos (relativamente a eleitores em geral) a passar a receber benefícios do Programa Bolsa Família quando da eleição de tais partidos. Investigam-se também determinantes políticos da filiação partidária, e encontra-se que o simples fato de ser o mandatário de governos locais afeta os níveis de filiação ao partido correspondente apenas em situações específicas; por outro lado, a provisão de pagamentos do Bolsa Família apresenta um efeito positivo e robusto sobre a evolução dos índices de filiação. Por fim, a terceira parte investiga o potencial exibido por professores com elevada participação política de influenciar resultados eleitorais ao induzirem os votos de seus alunos. Explora-se tal questão através da utilização de dados sobre filiação partidária e sobre professores de ensino médio de escolas estaduais no estado de São Paulo, Brasil. Combinando-se informações sobre o status de filiação partidária de tais professores com dados sobre resultados eleitorais e características do eleitorado, investiga-se especificamente a relação entre a densidade de professores filiados e o desempenho eleitoral dos partidos em uma dada região. Problemas de endogeneidade, como os possivelmente decorrentes da alocação de professores a escolas, são evitados por meio da exploração de variação na intensidade do efeito proposto de acordo com características do eleitorado em um nível ao qual eleitores (e professores) não são capazes de se selecionar. Os resultados relacionados sugerem um efeito positivo e significante da presença de professores filiados sobre o desempenho eleitoral dos partidos, particularmente em eleições majoritárias. No entanto, a evidência apresentada indica que tal efeito é aparentemente restrito a professores filiados ao Partido dos Trabalhadores, e que tais professores são capazes de alterar as preferências políticas de alunos que compareceriam à votação independentemente de sua influência. .