A cigarrinha-do-milho, Dalbulus maidis (Delong & Wolcott) (Hemiptera: Cicadellidae), tem aumentado sua população e se tornado um desafio para o manejo de pragas na cultura do milho como vetor de bactérias e vírus fitopatogênicos. Esta pesquisa se propõe a entender como o controle químico pode ser utilizado no manejo da cigarrinha, de modo a reduzir a incidência do enfezamento pálido do milho, causado por Spiroplasma kunkelii. Assim, realizaram-se experimentos para avaliar a eficácia de vários inseticidas em tratamento de sementes (tiametoxam, clorantraniliprole, imidacloprido + tiodicarbe, clotianidinha) e em pulverizações foliares (tiametoxam; imidacloprido; clorpirifós; tiametoxam + lambda-cialotrina; imidacloprido + beta-ciflutrina; metomil; lambda-cialotrina + sulfoxaflor) no controle de cigarrinhas sadias em sucessivos estádios fenológicos do milho (V2 a V6). Além disso, investigaram-se os efeitos dos inseticidas tiametoxam, clorantraniliprole e clotianidina, em tratamento de sementes e de clorpirifós, tiametoxam + lambda-cialotrina e metomil, em pulverizações foliares, sobre o controle de adultos de D. maidis infectados com Spiroplasma kunkelii e na transmissão desse patógeno, nos mesmos estádios fenológicos do milho. Os insetos sadios ou infectados foram confinados sobre as plantas tratadas (10 adultos por planta; 10 plantas por tratamento, incluindo testemunha - sem inseticida) no interior de gaiolas de acetato tubulares, contanto-se os insetos vivos e mortos após 24, 72 e 120 h da infestação. Dois meses depois da retirada dos insetos infectados, as plantas foram avaliadas quanto a sintomas do enfezamento pálido para verificar a ocorrência de transmissão de S. kunkelii. Além disso, 10 adultos sadios de D. maidis foram confinados por 24 h na 2ª folha totalmente expandida das plantas de milho tratadas com os inseticidas (10 plantas no estádio V2 por tratamento, incluindo testemunha - sem inseticida), por meio de gaiolas plásticas circulares de poliestireno contendo papel filtro para reter as gotas de "honeydew" excretadas pelas cigarrinhas; em seguida, o papel foi corado com ninhidrina para avaliação da área de excreção, como medida indireta da alimentação dos insetos. Os resultados mostraram que inseticidas em tratamento de sementes são mais eficazes no controle de D. maidis nos primeiros estádios da cultura, a partir de 72 h de exposição de insetos às plantas tratadas, havendo decréscimo na eficácia com o desenvolvimento vegetativo do milho. Inseticidas em pulverização foliar tiveram baixa eficácia no controle de adultos de D. maidis, mas reduziram a alimentação deste inseto vetor e a taxa de transmissão de S. kunkelii. Portanto, o tratamento de sementes com inseticidas, complementado com aplicações em cobertura em estágios vegetativos mais avançados, pode reduzir a disseminação de S. kunkelii por D. maidis e contribuir para a redução de perdas na produção de milho pelo enfezamento pálido.

The corn leafhopper, Dalbulus maidis (Delong & Wolcott) (Hemiptera: Cicadellidae), has increased its population and has become a challenge for pest management in Brazilian maize crops, as a vector of phytopathogenic bacteria and viruses. This research aims to understand how chemical control can be used in leafhopper management in order to reduce the incidence of corn stunt caused by Spiroplasma kunkelii. Thus, experiments were conducted to evaluate the efficacy of various insecticides in seed treatment (thiamethoxam, chlorantraniliprole, imidacloprid + thiodicarb, clotianidinha) and in foliar sprays (thiamethoxam; imidacloprid; chlorpyrifos; thiamethoxam + lambda-cyhalothrin + imidaclipyrrine + imidacloprid; ; methomyl; lambda-cyhalothrin + sulfoxaflor) in the control of healthy leafhoppers in successive phenological stages of maize (V2 to V6). In addition, the effects of the insecticides thiametoxam, chlorantraniliprole and clotianidine on seed and chlorpyrifos, thiametoxam + lambda-cyhalothrin and metomil treatment on foliar sprays were investigated on the control of D. maidis adults infected with Spiroplasma kunkelii and on transmission of this pathogen at the same phenological stages of maize. Healthy or infected insects were confined on the treated plants (10 adults per plant; 10 plants per treatment, including control - no insecticide) inside tubular acetate cages, and the live and dead insects were counted after 24, 72 and 120 h from the infestation. Two months after the removal of the infected insects, the plants were evaluated for symptoms of pale corn stunt to verify the occurrence of S. kunkelii transmission. In addition, 10 healthy D. maidis adults were confined for 24 h on the 2nd fully expanded leaf of insecticide-treated maize plants (10 plants at stage V2 per treatment including control - no insecticide) by circular polystyrene cages containing filter paper to hold honeydew droplets excreted by leafhoppers; the paper was then stained with ninhhydrin to evaluate the excretion area as an indirect measure of insect feeding. The results showed that insecticides in seed treatment are more effective in controlling D. maidis at the early stages of the crop, after 72 h of insect exposure to the treated plants, with decreasing effectiveness along the vegetative development of corn. Leaf spray insecticides had low efficacy in controlling D. maidis adults, but they reduced the feeding of this insect vector and the transmission rate of S. kunkelii. Therefore, seed treatment with insecticides, complemented with leaf spraying at more advanced vegetative stages, may reduce the spread of S. kunkelii by D. maidis and contribute to a mitigation of corn yield losses by corn stunt.